Cameron Crowe trouxe para a tela a adaptação do livro de Benjamin Mee de uma forma muito simples e pura, e acabou criando um filme para nos sentirmos bem após o término das duas horas de filme, ou como dize os americanos, a feel good movie!
Não é a toa que o filme foi lançado em quase todo o mundo nas vésperas do Natal, para aproveitar a época em que boa parte das pessoas estão mais em paz e tentando renovar as ideias e os sonhos para um novo ano, vamos dizer que o filme consegue seu objetivo até longe do Natal, uma vez que ao desligar a TV é exatamente esta a sensação que você tem, uma sensação de bem estar misturada com aquela de que podemos sempre mudar a nossa vida para melhor, basta ter coragem, vontade e acreditar nos sonhos.
O filme em si não tem nenhum momento marcante, ou inovação na forma como Cameron Crowe conta o a história real Benjamin Mee, mas o faz de uma forma tão simples e pura, que aos poucos começamos a simpatizar com os personagens, mesmo seguindo de perto a cartilha para filmes com boas mensagens. Primeiro ele acertou na escolha da pequena Maggie Elizabeth Jones (Rosie Mee), ela é o caminho de entrada para conquistar o público, pois traz a pureza e a inocência de uma criança com ótimas piadas que tiram o filme o peso dramático.
Além da pequena atriz, a escolha de Matt Damon pareceu acertada (mesmo com este blogueiro achando que o ator é o ponto mais fraco do filme), pois ao ter um astro de filmes de ação como um paizão que precisa se recriar, Cameron Crowe conseguiu criar uma certa distância entre ele e o filho Dylan (Colin Ford) sem muito esforço, ainda mais que é este relacionamento o grande tema do filme, e aí vai outro ponto para Cameron Crowe que poderia cair no romance fácil entre os dois astros do filme, Dammon e Johansson, mas ele prefere focar na forma como a família é recriada, como os elos entre pais e filhos vão ficando mas fortes em momentos de que ambos os lados precisam de apoio.
Aliás, a “veterinária” Kelly Foster é um dos personagens mais bacanas que Scarlett Johansson teve nos últimos tempos, a atriz está naturalmente linda e sem precisar de roupas sexys ou de grandes maquiagens, ela usa apenas seu talento e charme para entrar aos poucos na família de Benjamin Mee. Outro ponto para Cameron Crowe e para o roteiro, pois seria muito mais fácil usar e abusar do talento e da sensualidade de atriz para fazer nascer o romance, mas me pareceu muito mais natural da forma que tudo aconteceu no filme.
Compramos um Zoológico é um filme família, simples, sem grandes ambições, mas que agrada em cheio a todos e completa o seu objetivo de mostrar que sempre existe sempre um motivo para voltar a sorrir.
Até,
André C.
Compramos Um Zoológico (We Bought a Zoo – 2011)
Sinopse: Após a morte da esposa, Benjamin e seus filhos mudam-se para o interior da Califórnia para renovar e reinaugurar um zoológico em decadência. Sem nenhuma experiência prévia, a família verá seus valores transformados pelo convívio com os animais do zoológico em uma experiência inebriante para toda família.
Direção: Cameron Crowe
Roteiro: Cameron Crowe e Aline Brosh McKenna baseado no livro de memórias de Benjamin Mee
Elenco: Matt Damon (Benjamin Mee), Scarlett Johansson (Kelly Foster), Thomas Haden Church (Duncan Mee), Colin Ford (Dylan Mee), Maggie Elizabeth Jones (Rosie Mee), Angus Macfadyen (Peter MacCready) e Elle Fanning (Lily Miska).