Depois de um longo tempo parado aqui no blog retomo as atividades falando daquele filme que é um sucesso fora de série no mundo, seguindo os passos do livro, A Culpa é das Estrelas.
Muito se fala do filme, que é drama puro e, principalmente, que induz o público ao choro fácil, porém mesmo quem não leu o livro consegue com uns 20 minutos do filme saber exatamente o que acontecerá ao final dos 127 minutos. Se isso prejudica o filme? Sim, em mim diminuiu o impacto final, mesmo que o filme tenha bebido dos clichês do gênero e tenha sido muito bem preparado para as cenas finais, acho que saber ou achar que sabe o final tira um pouco o peso do drama final, mas isso não faz de A Culpa é das Estrelas um filme fraco.
A Culpa é das Estrelas não se perde por completo na forma previsível e no clichês do gênero porque tem nos dois atores principais a sua grande sacada, uma vez que ambos conseguem dar uma leveza, um ar romântico e sem compromisso ao relacionamento deles. A atuação de Shailene Woodley só vem a comprovar aquilo que ela já tinha mostrado em Os Descendentes com o astro George Clooney.
Shailene Woodley que está vendo sua carreira decolar leva boa parte do filme com uma grande naturalidade e maestria, tentando não cair no comum que seria o caminho mais fácil para construir um personagem na situação em que ela se encontra. Uma atuação que ganha ainda destaque nas ótimas cenas que ela faz com as feras Laura Dern e Willem Dafoe, principalmente com esse último em Amsterdã.
Assim como Shailene Woodley, Ansel Elgort, seu par romântico no filme, é uma grata surpresa, um ator ainda no começo de carreira, tanto que não me chamou a atenção na refilmagem de Carrie, mas que aqui faz um excelente par romântico com, vamos dizer, a estrela do momento. Ansel Elgort traz humor, charme e drama na medida certa.
Com dois atores promissores bem e atuando naturalmente é claro que a química entre eles funciona e ganham a simpatia do público, independente se você sabe o final ou se olha para eles como dois jovens com câncer, sem dizer que eles tentam (apesar de visualmente ser impossível) viver um romance independente do futuro, do medo ou da doença. São os dois novatos que seguram o filme e fazem de A Culpa é das Estrelas um filme agradável.
Infelizmente para o filme, mais para o final o filme cai nos clichês e perde aquele lado mais leve que o diretor Josh Boone herdou dos roteiristas Scott Neustadter e Michael H. Weber, que fazem do filme uma simpática, leve e agradável drama/comédia romântica, mesmo que para isso tenham usado elementos que eles já tinham usado em 500 Dias com Ela.
Até,
André C.
A Culpa é das Estrelas (The Fault in Our Stars – 2014)
Sinopse AdoroCinema.com: Diagnosticada com câncer, a adolescente Hazel Grace Lancaster (Shailene Woodley) se mantém viva graças a uma droga experimental. Após passar anos lutando com a doença, ela é forçada pelos pais a participar de um grupo de apoio cristão. Lá, conhece Augustus Waters (Ansel Elgort), um rapaz que também sofre com câncer. Os dois possuem visões muito diferentes de suas doenças: Hazel preocupa-se apenas com a dor que poderá causar aos outros, já Augustus sonha em deixar a sua própria marca no mundo. Apesar das diferenças, eles se apaixonam. Juntos, atravessam os principais conflitos da adolescência e do primeiro amor, enquanto lutam para se manter otimistas e fortes um para o outro.
Direção: Josh Boone
Roteiro: Scott Neustadter e Michael H. Weber baseados no livro A Culpa é das Estrelas de John Green
País: EUA
Duração: 127 minutos
Elenco: Shailene Woodley (Hazel), Ansel Elgort (Gus), Nat Wolff (Isaac), Laura Dern (Frannie), Sam Trammell (Michael), Willem Dafoe (Van Houten) e Lotte Verbeek (Lidewij).