Depois de relutar um pouco acabei assistindo ao filme Amizade Colorida neste último fim de semana, eu apresentava um certo receio de ver o filme porque era impossível não lembrar do fraco Sexo Sem Compromisso com Ashton Kutcher e Natalie Portman (o único motivo para ver o filme), porém me surpreendi ao ver um filme bem a frente do outro, mesmo que apresente os mesmos clichês e aquele roteiro que todo mundo sabe o final.
E o grande motivo desta surpresa está no casal principal Justin Timberlake e a sempre linda Mila Kunis, os dois apresentam desde o começo uma química impressionante e fazem do filme uma interessante comédia romântica, com diálogos rápidos e inteligente, que mesmo com os clichês do gênero conseguiu entreter no atual fraco mundo das comédias românticas.
Aqui, assim como em Sexo Sem Compromisso, um casal resolve manter a amizade com sexo, só que enquanto no primeiro filme tudo parecia meio forçado, até as cenas de sexo, aqui tudo acontece ao natural, os dois atores entram em sintonia com o personagem, se divertem em cena e criam uma história muito próxima da realidade, pois diferente da produção com a Natalie Portman, aqui a amizade antes do sexo parece ser mais sincera e forte, assim como o desejo de se fazer sexo.
E nesta onda o filme faz algumas piadas com os clichês do gênero, por exemplo, ao falar sobre sexo a personagem de Mila Kunis deixa claro que aceita aquilo por motivos simples, ela precisa de sexo, mas o melhor daquilo tudo é que ela é ela mesmo, uma vez que ela não precisa se preocupar com detalhes comuns do relacionamento durante o sexo, a luz perfeita, a roupa perfeita, se o cara vai ligar, ela não precisa do príncipe encantado, ela tem necessidades e o sexo é uma delas. Exatamente é neste momento que temos o ponto alto do filme, até na cama, eles brincam com o gênero.
E ao mesmo tempo que é o ponto alto, o roteiro acaba perdendo sua força exatamente ao cair rapidamente nos mesmos problemas das comédias que criticavam antes. Já que o filme usa e abusa dos recursos tecnológicos, com tanta conectividade, com tanta informação, o filme mostra e como a esta vida dinâmica afeta o relacionamento deles, como hoje as mudanças acontecem muito rapidamente e influenciando até relacionamentos, e é então que o filme acaba indo para este lado mais fácil e comum das comédias, e tudo aquilo que eles criticavam parece brotar na tela, e a dinâmica dos diálogos e a forma real como tudo era contato, tornam-se comuns e repetitivos. A fórmula inicial acaba caindo no comum.
Sobre o elenco, Mila Kunis, linda e sexy, domina a cena com seu carisma incrível e tira um pouco do ar machista sobre a tal Amizade Colorida, algo ainda visto por muitos como um desejo apenas do homem, mas quem dá uma bela contribuição na parte final do filme é Richard Jenkins e a sempre boa Jenna Elfman, os dois, mas principalmente Richard Jenkins, conseguem manter o interesse do filme, quando o mesmo entra num ritmo mais lento e menos atraente.
Até,
André C.
Amizade Colorida (Friends with Benefits – 2011)
Sinopse: A caça-talentos Jamie Rellis (Mila Kunis) recruta um jovem talentoso (Justin Timberlake) para trocar seu blog por uma grande revista, porém por estar sozinho em NY o jovem e caça talentos cabam se tornando ótimos amigos. Quando o relacionamento avança e começa a ficar mais íntimo, as coisas se complicam. Eles tentam amenizar a situação impondo uma regra: tudo não passa de atração física e qualquer emoção deverá ser deixada de lado.
Direção: Will Gluck
Roteiro: Keith Merryman, David A. Newman e Will Gluck baseados na estória de Harley Peyton, Keith Merryman e David A. Newman
Elenco: Justin Timberlake (Dylan Harper), Mila Kunis (Jamie Rellis), Patricia Clarkson (Lorna), Jenna Elfman (Annie Harper), Bryan Greenberg (Parker), Richard Jenkins (Mr. Harper), Woody Harrelson (Tommy Bollinger) e Nolan Gould (Sam)