Por ser fã de O Mágico de Oz e considerar o filme de 1939 como um filme eterno, daqueles que nossos avós viram e nossos bisnetos ainda assistirão com grande magia, fui conferir o filme que prometia ser o tal prelúdio do filme original, e principalmente de trazer aquela magia que tivemos com Judy Garland e companhia, porém o que vi na tela foi um filme fraco, cansativo e que não soube inovar ou ter alma própria.
O filme até começa de uma maneira belíssima, com uma belíssima fotografia em preto e branco e mostrando que Oz (James Franco) é o típico mágico de circo, com seus truques de ilusão e um verdadeiro sedutor, até que precisa fugir em um balão e vai parar no já famoso tornado que o leva para o mundo de Oz.
Essa troca entre o preto e branco, com a tela reduzida, para o super colorido e 3D mundo de Oz é fantástico, é com certeza um dos melhores momentos do filme, pois assim como o mágico se encanta com o mundo, nós nos encantamos com a mundo de Oz criado em 1939 agora em uma realidade muito maior e envolvente, somos completamente puxados para aquele mundo, assim como Dorothy foi em 1939, porém só isso não é suficiente para segurar o filme, que acaba sofrendo por ser uma colcha de retalhos de boas ideias, mas sem nunca arriscar nelas.
Talvez um dos problemas mais sérios do filme é que ele não poderia citar diretamente o filme de 1939, por isso os tão falados sapatinhos vermelhos da primeira adaptação para o cinema não aparecem neste filme, por isso ele apenas cita alguns outros elementos como a possível transformação do leão em covarde, espantalhos que poderiam ter vida, mas daí falta ao filme a sua magia própria, pois como acaba não podendo homenagear por completo ele não consegue repetir nos tempos de hoje a mesma mágica, falta ao filme um brilho próprio.
Essa falta de brilho ou até esse medo de arriscar faz com que Oz: Mágico e Poderoso fique perdido no meio do caminho, pois falta as suas imagens em 3D algo a mais, falta a seu roteiro mais conteúdo e falta principalmente mais vibração.Tudo que funcionou nos primeiros minutos do filme parece terminar logo após Oz conhecer as bruxas “boas” Theodora (Mila Kunis) e Evanora (Rachel Weisz), e se arrasta até na sua relação com a bruxa Glinda (Michelle Williams).
Infelizmente o filme chega a ficar cansativo, e até perde seu interesse em certos momentos, uma pena, já que Sam Raimi consegue no final recuperar aquela força inicial e cria, novamente, uma conexão com O Mágico de Oz e termina o filme em grande estilo, mas foi muito tarde para recuperar a moral perdida entre um filme que não procurou ter brilho próprio, não arriscou e até bebeu de outras fontes além de Mágico de Oz.
Até,
André C.
Oz: Mágico e Poderoso (Oz the Great and Powerful – 2012 )
Sinopse: Oscar Diggs (James Franco) trabalha como mágico em um circo itinerante, é bastante egoísta, mas é seu envolvimento com mulheres que o acaba levando para uma mágica aventura na Terra de Oz. Chegando lá, ele conhece a bruxa Theodora (Mila Kunis), que o apresentar para a irmã Evanora (Rachel Weisz). Acreditando que estaria fazendo um bem para a população local, ele decide enfrentar a bruxa Glinda (Michelle Williams), mas descobre que ela lembra um amor do passado e seu comportamento em nada se assemelha ao de alguém realmente malvado. Dividido entre saber quem é do bem e quem é do mau, Oscar se depara com um lugar rico em belezas, cheio de riquezas, estranhas criaturas e também mistérios. Vivendo este conflito, o ilusionista vai usar sua criatividade para salvar o tranquilo povo de Oz das garras de um poderoso inimigo. Para isso, contará com a inusitada ajuda de Finley, o macaco alado, e uma menina de porcelana.
Direção: Sam Raimi
Roteiro: Mitchell Kapner. David Lindsay-Abaire e Mitchell Kapner baseados em livro de L. Frank Baum
País: EUA
Duração: 130 minutos
Elenco: James Franco (Oz), Mila Kunis (Theodora), Rachel Weisz (Evanora), Michelle Williams (Annie/Glinda), Zach Braff (Frank/Finley), Bill Cobbs (Master Tinker), Joey King (Girl in Wheelchair/China Girl) e Tony Cox (Knuck).