Aquilo que eu temia quando escrevi sobre a volta de True Blood infelizmente aconteceu, a série teve uma boa ideia e um roteiro inteligente ao trazer religião de novo para série e até de ressuscitar um grande vilão, porém perdeu tempo e até episódios com personagens que não agregaram nada a temporada, o que prejudicou de uma forma geral até o último episódio.
Vou tentar ser breve, mas não tem como não cometer spoliers ao falar rapidamente de toda a temporada, para começar vou falar do que não funcionou e, em minha opinião, prejudicou a série nesta quinta temporada e trouxe episódios sem sentido. Perdemos alguns minutos preciosos de muitos episódios ao seguir Terry Bellefleur (Todd Lowe) na sua luta contra uma fumaça do mal, uma magia que jogaram nele no Iraque, sinceramente, o que isso agregou ao universo True Blood? Se foi para tirar Terry Bellefleur da série eu agradeço, pois ele nunca teve muita função desde que surgiu.
Outra parte do roteiro que não trouxe nada para a temporada foram os problemas do Lafayette (Nelsan Ellis), seus problemas com os espíritos foram usados muito no começo da temporada e não serviram para nada além de dar ao ótimo Nelsan Ellis bons momentos na temporada, uma vez que Lafayette sempre foi um bom personagem, mas agora parece meio sem função. Mas sem função mesmo na temporada foram os lobisomens e Alcide (Joe Manganiell), ele teve um romance rápido com Sookie (Anna Paquin), teve a memória apagada, brigou no seu bando, se encontrou com o pai e depois terminou a série falando que os lobisomens da sua matilha não se misturariam mais com os vampiros, olha Alcide, que assim seja!
E a volta de Russell Edgington (Denis O’Hare), um dos melhores vilões da série, ele voltou e no começo era o mesmo e velho Russell Edgington sarcástico, violento e um vampiro poderoso, chegou de mansinho dominou seu fantoche Steve Newlin (Michael McMillian) e mudou o caminho da autoridade, ali a série cresceu, teve seu valor e realmente teve bons momentos. O problema? É que Russell Edgington chegou a onde queria no penúltimo episódio, bebendo sangue de uma das fadas mais poderosas (melhor não comentar as cenas ridículas dela dançando) e ficou ainda mais forte, tanto que as outras fadas nem conseguiam lhe atingir com os raios, e do nada, simples como arrancar um fio de cabelo, Eric Northman (Alexander Skarsgård) o mata sem a menor força, cadê aquele poder? No mínimo um fim fraco para um vilão tão poderoso.
Sei que o post já está longo, mas é complicado falar de uma temporada em que esperei muito e me decepcionei mais ainda, sobre os personagens inúteis o que foi o nascimento dos filhos da fada e de Andy Bellefleur (Chris Bauer), porque não deixaram ele no seu bom romance com Holly (Lauren Bowles), porque não transformar Andy em um simples delegado e deixar ele ali?e o que falar dos os tais caçadores de vampiros, lobisomens e metamorfos, que foram pessimamente utilizados na temporada, foram apenas um motivo para fazer com que Hoyt (Jim Parrack) tivesse motivo para abandonar de vez a série, mas enquanto isso continuamos com o chato romance entre Luna (Janina Gavankar) e Sam (Sam Trammell).
O lado positivo desta temporada foram os envolvimentos dos vampiros com a religião e como o roteiro criticou o fato de que não importa a crença, nem a cor e nem da onde você veio, a religião pode mudar o homem, pois Bill (Stephen Moyer) viu na religião a chance do poder supremo, da ganância e de ser o mais poderoso vampiro de todos. Bill acabou ficando cego por causa da religião, uma vez que viu o poder da Deusa dos vampiros tinha nos outros. Enquanto Bill ficou cego e foi dominado pela religião, Eric (Alexander Skarsgård) viu o oposto, viu que ao se deixar dominar pela religião vampiresca iria ficar cego para tudo que o cerca, para tudo que sempre acreditou, no caso no seu pai e criador.
Aqui o caso não é que Bill ficou do lado negro e Eric, que sempre foi mais vampiro, ficou bonzinho, mas foi a forma mais inteligente que o roteiro mostrou que você pode mudar facilmente suas crenças e suas verdades seguindo a palavra de alguém, enquanto Eric era forte nas suas crença sobre vampiro e até das suas origens, Bill se mostrou fraco, manipulável e principalmente ganancioso. A série teve seus melhores momentos ao mudar a personalidade de Bill e nos momentos de união e brigas internas da autoridade.
Mais uma vez True Blood teve problema em ter várias pequenas estórias, vários núcleos inúteis e que prejudicaram aquele que deveria ter sido (e era) o tema principal, Humanos x Vampiros e Religiosos x Ateus, nestes momentos True Blood foi aquela série bacana, cool, que misturava drama, terror, sexo e comédia, mas infelizmente na maior parte do tempo da temporada vimos algo vazio e bem distante daquela série que estreou 5 anos atrás.
Que venha a 6 temporada com uma verdadeira briga entre Vampiros e Humanos.
Até,
André C.
Sinopse: Sookie Stackhouse (Anna Paquin) é uma garçonete que pode ler os pensamentos das pessoas. Sua vida vira de ponta-cabeça quanto ela conhece o vampiro Bill (Stephen Moyer), que aparece no seu trabalho, no Bar Marlotte, dois anos depois dos vampiros “saírem do caixão” em rede nacional de televisão. Graças especialmente à criação dos pesquisadores japoneses de um sangue sintético chamado “Tru Blood” , onde os vampiros agora, com sua existência revelada ao mundo, lutam por direitos civis e o reconhecimento da sociedade, enfrentando seus medos e preconceitos.
Canal EUA: HBO
Canal Brasil: HBO
Temporada: Quinta
Episódio: Season Finale – Save Yourself
Criador: Alan Ball (Six Feet Under)
Elenco Fixo: Anna Paquin (Sookie Stackhouse), Stephen Moyer (Bill Compton), Ryan Kwanten (Jason Stackhouse), Sam Trammell (Sam Merlotte), Nelsan Ellis (Lafayette Reynolds), Todd Lowe (Terry Bellefleur), Rutina Wesley (Tara Thornton), Chris Bauer (Andy Bellefleur), Carrie Preston (Arlene Fowler), Jim Parrack (Hoyt Fortenberry), Alexander Skarsgård (Eric Northman), Deborah Ann Woll (Jessica Hamby), Kristin Bauer van Straten (Pam De Beaufort), Joe Manganiello (Alcide Herveaux) e Janina Gavankar (Luna Garza).