Della Frye: Did we just break the law?
Cal McAffrey: Nope. That’s what you call damn fine reporting.
Assisti Intrigas de Estado, ou State of Play, e me surpreendi bastante, pois esperava algo muito distante do que a TV trouxe. Claro que a série é mais completa, mas jamais poderia querer que o filme em 2 horas de duração conseguisse colocar tudo que vimos em 6 episódios de 1 hora cada.
Pontos a favor do filme, sim o filme tem algumas vantagens em relação à série. A trama por trás dos acontecimentos no filme, na minha opinião, é mais forte e tensa do que a que vemos na BBC. Mesmo com menos tempo para trabalhar a trama que envolve o congressista Stephen Collins e sua assistente, o filme nos deixa claro o que os envolvidos querem e o que realmente está em jogo. Talvez seja porque o filme usa temas mais atual, e a série é de 2003, vista somente em 2009 por mim.
Outro ponto muito bacana, que também está presente na série, é a paixão dos repórteres pelo jornal, pela reportagem investigativa e pelo jornal impresso, manchetes e um lugar na primeira página. Aqui, no filme, além desta paixão existe uma crítica muito clara contra a mudança que alguns jornais estão fazendo, saindo do papel para o virtual. A crítica é bem profunda, já que deixa claro que hoje em dia, com a internet, algumas matérias saem antes em blogs e no mundo virtual, mas não da forma correta, concreta, forte e sincera, apenas para criar impacto. Achei muito bacana isso, pegou a idéia que já vemos na série e escancarou. Até as diferenças visuais e do jeito de trabalhar entre o jornalista do papel e o virtual estão escancaradas no filme, um é cansado, beberrão e que corre atrás, a outra é arrumada, certinha e prefere que as coisas caiam do céu em sua mão. Aliás, o filme é uma declaração de amor ao jornal impresso, e assim como na série deixa isto claro nos créditos finais.
Para finalizar os pontos fortes do filme, a atuação sempre entusiasmada e forte de Russell Crowe. Seu Cal McAffrey é mais desorganizado do que vimos na série, mas assim como John Simm,na TV, seu trabalho é magistral. O seu amor pelo trabalho, a sua confiança e a sua dúvida de interesses estão perfeitas.
Porém, acredito que só o trabalho de Russell Crowe se compara ao que vimos na série, e assim começam os pontos fracos do filme.
Ben Affleck, simplesmente não convence como o congressista Stephen Collins. Sua atuação está anos luz de distancia do resto do elenco, principalmente de Crowe e do David Morrissey, o Collins da TV. Sua atuação parece falsa e sem emoção, não chega a prejudicar o resultado final do filme, mas Ben Affleck foi o ponto mais fraco do filme.
A sempre doce e bela Rachel McAdams não chega a decepcionar, mas a atuação de Kelly Macdonald é mais marcante do que de Rachel, talvez porque no filme a sua personagem tenha sido menos trabalhada, assim como o resto do elenco secundário, pois até Hellen Mirren tem menos impacto na história que Bill Nighy, assim com Anne Collins (Robin Wright Penn) que na série é realmente importante, aqui é apenas uma esposa traída.
Outra coisa que o filme pecou, mas não o culpo, é o fato de termos perseguições, tiros e um ar bem Holywood. Não culpo o roteiro, pois estes atos acabaram caindo bem na trama principal do filme, mesmo com certos exageros.
Uma das cenas que achei mais bacana da série é quando o editor do jornal, vivido por Bill Nighy, libera uma edição do jornal com páginas e mais páginas com uma ou duas palavras dizendo que aquela era a história que não queriam que o jornal contasse, achei esta cena muito boa e deveria estar no filme, pois mostrou a paixão do editor pelo jornal, mesmo que isso lhe trouxesse problemas. Paixão que foi altamente mostrada no filme, como eu citei acima.
Resumindo: o roteiro conseguiu manter a essência do seriado, trouxe alguns pontos positivos para enriquecer a história e tirou alguns outros que eram importantes e aqui ficaram vagos para que não viu a série, principalmente no desenrolar da trama, mas manteve o nível geral do original.
Um bom filme, que eu não esperava tanto já que achei a série espetacular.
Até,
André C.
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Sinopse: O ambicioso congressista americano Stephen Collins é o futuro de seu partido, até que sua assistente morre tragicamente, e segredos começam a ser elucidados. Cal McAffrey, repórter veterano de Washington D.C., tem uma antiga amizade com Collins, mas, seguindo ordens de sua editora, Cameron Lynne, precisa investigar a história. Na medida em que ele e sua parceira novata Della Frye tentam desvendar a identidade do assassino, se deparam com uma conspiração envolvendo algumas das mais promissoras figuras políticas e corporativas dos Estados Unidos. Algo que ameaça abalar as estruturas de poder da nação.
Título Original: State of Play
Gênero: Suspense/Drama
País: EUA, Inglaterra e França
Ano de Produção: 2009
Tempo de Duração: 127 minutos
Lançamento no Reino Unido: 11/06/2009
Direção: Kevin Macdonald
Roteiro: Matthew Michael Carnahan, Tony Gilroy e Billy Ray baseada em série de televisão da BBC de Paul Abbott.
Elenco: Russell Crowe (Cal McAffrey), Ben Affleck (Rep. Stephen Collins), Rachel McAdams (Della Frye), Helen Mirren (Cameron Lynne), Robin Wright Penn (Anne Collins), Jason Bateman (Dominic Foy), Jeff Daniels (Rep. George Fergus), Michael Berresse (Robert Bingham) e Viola Davis (Dr. Judith Franklin).
André, eu adorei este filme, como você viu em meu blog. Fora a questão do Jornalismo Investigativo, o que me chamou atenção na história foi a discussão ética feita. Fiquei curiosa para conferir a série. Aonde você a encontrou??
André,
Pretendo em breve escrever sobre mais um filme de Rita Hayworth, dessa vez uma obra que foi muito criticada e polemica, A Dama de Xangai ou The Lady from Shanghai (1948) Na época Rita estava casada com Orson Wells.
Para o filme Wells pediu que Rita Hayworth cortasse os cabelos e os pintasse de loiro, e ainda matou sua personagem no final do filme, o que não agradou aos seus fãs.
Aguarde porque em breve…
Abraços e obrigada mais uma vez pela visita, vc é sempre muito simpático!