A festa que deu ao O Artista o Oscar de Melhor Filme começou daquele jeito de sempre com várias piadinhas, música e um Billy Crystal voltando a apresentar o Oscar, e com uma festa um pouco mais rápida o primeiro fato interessante foram os vídeos com astros como Morgan Freeman, Tom Cruise, Helen Mirren e Brad Pitt falando da primeira experiência deles no cinema e o que representa estar numa sala de cinema.
Achei muito interessante isso ainda mais que os dois mais indicados ao prêmio eram A Invenção de Hugo Cabret e O Artista, que como já disse em outros posts são filmes que fazem uma homenagem ao cinema e toda a mágica por volta da grande tela. Depois tivemos uma exibição teste de O Mágico de Oz, uma sátira bacana, até de Over The Rainbow reclamaram.
E as homenagens ao cinema continuaram, uma belíssimo show do Cirque Du Soleil fez a platéia aplaudir de pé e na tela imagem de filmes como Intriga Internacional e de beijos famosos do cinema, como A Noviça Rebelde e talvez um dos mais famosos do cinema, A Um Passo da Eternidade, onde Burt Lancaster e Deborah Kerr se beijam na praia. Belíssima homenagem ao Cinema!!!
Os prêmios começaram a ser entregues e como previsto Hugo começou ganhando os 2 primeiros, de Direção de Arte para Dante Ferretti e Francesca Lo Schiavo e Fotografia de Robert Richardson, apesar de não ter visto o filme acho que a Fotografia de Emmanuel Lubezki em A Árvore da Vida impressionante e era meu preferido para a categoria.
E Hugo continou ganhando todos os prêmios técnicos, como Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som, Melhor Efeitos Visuais, porém nas categorias mais importantes ele viu O Artista se tornar o grande vencedor do Oscar.
O Artista recebeu seu primeiro Oscar para Figurino (Mark Bridges), perdeu para Os Homens Que Não Amavam as Mulheres, de forma surpreendente, o de Melhor Edição, mas mesmo assim a festa foi muito boa para o filme que ganhou ainda o de Melhor Trilha Sonora Original para Ludovic Bource.
Michel Hazanavicius como Melhor Diretor foi merecido, mas para mim foi uma surpresa, achei que a Academia não daria o Oscar para um diretor estrangeiro, ainda mais depois que Hugo começou a festa levando tudo que tinha pela frente, mas O Artsita, como não canso de repetir, é uma visão espetacular do cinema que não vemos nos dias de hoje.
E O Artista começou a ser o grande vencedor do Oscar com Jean Dujardin vencendo o Oscar de Melhor Ator, pois não é fácil você hoje em dia encarar um personagem que só fala 1 vez no filme, acho injusto por exemplo falarem que ele deve ser ator de um personagem só, mas se for, ele o fez bem e mereceu a estatueta.
Coroar O Artista como Melhor Filme era até previsível, mas é um prêmio a um filme corajoso, fantástico e mostra que o cinema ainda tem muito espaço para filmes que sejam mais inteligente do que apenas filmes comerciais, talvez agora as salas de cinema do Brasil, em especial Curitiba, deem mais espaço para o filme, que aqui na capital do Paraná passou apenas em dois cinemas e na sessão que eu fui tinham apenas umas 15 pessoas. O Artista merece o Oscar por ser um filme que trouxe para as salas de cinema de hoje uma magia que havia se perdido, um experiência totalmente inovadora. Claro que O Artista não é a volta do cinema mudo, mas conseguiu trazer para os dias de hoje um pouco daquele mundo que nós não conhecemos e trouxe isso de uma forma que é fácil se apaixonar e querer ver e rever. O Oscar está em ótimas mãos… Melhor Ator, Melhor Diretor, Melhor Filme, Melhor Figurino e Melhor Trilha Original, acho que o filme chegou aonde queria.
Mas vamos voltar a falar dos outros prêmios, como o da fantástica Meryl Streep que depois de bater várias vezes na trave finalmente venceu mais uma vez o Oscar pelo seu trabalho belíssimo em A Dama de Ferro, um filme fraco e que se torna interessante pela presença desta fenomenal atriz, com certeza a maior atriz da atualidade e que o cinema jamais vai esquecer. Meryl Streep foi aplaudida de pé e subiu ao palco lindíssima para agradecer ao prêmio, e mesmo que ela ache que nunca mais vai estar ali em cima agradecendo ao Oscar, eu não duvido que ela ainda tenha muitas indicações e vença mais uma vez. Parabéns para exuberante, mostruosa e espetacular Meryl Streep.
Octavia Spencer foi a primeira a chorar na festa ao levar o merecido Oscar de Atriz Coadjuvante, seu trabalho realmente é surpreendente, aliás, não canso de dizer que o filme é simples, mas o elenco feminino do filme é espetacular e fez de Histórias Cruzadas um filme com uma merecida indicação de Melhor Filme.
Christopher Plummer por Toda Forma de Amor recebeu o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, merecidíssimo não só pelo filme, mas pela carreira sensacional deste grande ator, e por isso mesmo o teatro todo aplaudiu de pé este ator de 82 anos, como ele mesmo disse, apenas 2 anos mais novo que o Oscar.
Alexander Payne junto com Jim Burke e Jim Taylor ganhou seu segundo Oscar pela adaptação do roteiro de Os Descendentes, o prêmio era previsto e foi merecido. Os Descendentes é um filme realmente interessante e se você não viu, deveria ver. Já em roteiro original foi para o fantástico Woody Allen por Meia-Noite em Paris, que é um filme fora de série. Pelo menos o Oscar não esqueceu o excelente filme na festa deste ano, se não deram o de Melhor Filme e nem Melhor Diretor, pelo menos tiveram a grandeza de escolher como Melhor Roteiro Original.
E o Brasil ainda continua na fila do Oscar, em um ano com apenas 2 músicas na festa o Oscar de Canção Original foi para Man or Muppet de Bret McKenzie do Os Muppets. Sinceramente nenhuma das músicas me agradou muito, até acho que a música The Living Proof de Histórias Cruzadas mais forte e mais bonita que as duas indicadas.
Outros Vencedores: Melhor Animação para Rango, Melhor Filme Estrangeiro para o Iraniano A Separação, Melhor Documentário Undefeated, Melhor Maquiagem para A Dama de Ferro, Melhor Curta-Metragem para The Shore, Melhor Documentário em Curta-Metragem foi para Saving Face, The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore ganhou o prêmio de Melhor Curta-Metragem de Animaçao.
Até,
André C.
André, vc considera que O Artista ter recebido a estatueta representa a vitória da arte e o resgate da magia do cinema?
Winston,
realmente filmes como O Artista trazem para o cinema algo mais mágico, não só O Artista, mas vimos isso também em Meia-Noite em Paris, onde Allen fez um trabalho belíssimo e mágico sobre uma Paris que não temos mais. Em 2011 o cinema foi o grande homenageado, com o resgate da sua magia!!
Acho que novamente os especialistas acertaram em dar os grandes prêmios para “O Artista”. Outros filmes também eram interessantes, mas, como escrito no texto, “O Artista” trouxe de volta a magia do cinema. Mas acho que “Os Descendentes” também poderia ter vencido alguns prêmios a mais, porque o filme é ótimo.
Rafaela,
Também gostei bastante de Os Descendentes, foi um filme que me surpreendeu, mas infelizmente para ele o Oscar este ano deixou claro na festa que queria homenagear o cinema na sua essência, por isso O Artista e A Invenção de Hugo Cabret foram os maiores vencedores, mas mesmo assim a academia fez valer um roteiro mais caprichado como em Os Descendentes e no Meia-Noite em Paris.
Acho que o Oscar ficou em boas mãos, em um ano que tínhamos bons filmes na luta.