Quase todos os lugares que leio falando sobre Drive consideram o filme um cult ou uma nova visão do cinema ou ainda um novo Pulp Fiction, mas eu, sinceramente, acho exagero, uma vez que acho que Drive é apenas um bom filme, com um ator em excelente forma e uma atriz promissora no papel da mocinha, mas falta ao filme algo mais forte no roteiro que justifique toda a sua ação.
Não sou um grande fã de Ryan Gosling, mas em Drive é preciso tirar o chapéu para o ator, um dos grandes trunfos do filme é seu personagem, o piloto, uma vez que o ator tem dois extremos completamente distantes no filme, em alguns momentos é pacato, tranquilo e que sabe cada um dos seus passos, em outro é violento, agressivo e que sabe o que precisa fazer para sobreviver, sem pensar duas vezes. Ryan Gosling, em minha opinião, teve o seu melhor papel no cinema até agora e muito do que funciona em Drive depende dele.
Porém para mim o grande problema do filme é o roteiro, como disse acima o personagem de Ryan Gosling vai de um pacato e tranquilo motorista até um violento homem, mas para mim falta justificativa no roteiro para esta transformação tão rápida. Falta algo mais forte na relação dele com a personagem de Carey Mulligan que justifique a suas ações, pois parece que o filme vai num piscar de olhos para um possível relacionamento para uma ação motivada por ele. O suposto “amor” que o motorista sente por Irene (Carey Mulligan) é realmente a justificativa para a transformação do piloto? Isso realmente não encaixou para mim.
Por falar em Carey Mulligan a atriz mais uma vez mostra toda a sua qualidade, ainda mais depois de eu ter visto Shame, é incrível ver o talento desta jovem atriz em papéis fortes como vi em Shame, em papéis maravilhosos com em A Educação e em papéis mais simples como aqui em Drive, a doçura de sua Irene é algo sedutor e apaixonante, mas mesmo assim não me parece muito plausível para todas as ações de Ryan Gosling.
Voltando ao filme, realmente as cenas de ação, as cenas de Ryan Gosling como motorista, a presença da bela Carey Mulligan e a forma como o diretor Nicolas Winding Refn montou o filme fazem de Drive um filme interessante, com grandes atrativos, que merece uma ida ao cinema, pois o filme te mantém atento o tempo todo e consegue no final ser um bom filme de ação, apenas lamento que toda a força que vemos no diretor e no ator falta ao roteiro, e deixa Drive apenas a alguns passos de um grande filme..
Até,
André C.
Drive (Drive – 2011)
Sinopse: Um dublê de Hollywood e motorista de fuga para criminosos descobre que existe um preço pela sua cabeça. O motivo é que ele ajudou um ex-presidiário em um golpe que não acabou bem. Este filme foi indicado ao Oscar de Melhor Edição de Som
Direção: Nicolas Winding Refn
Roteiro: Hossein Amini baseado em livro de James Sallis
Elenco: Ryan Gosling (Driver), Carey Mulligan (Irene), Bryan Cranston (Shannon), Albert Brooks (Bernie Rose), Oscar Isaac (Standard), Christina Hendricks (Blanche) e Ron Perlman (Nino).
Ótima resenha, como de costume.
Concordo com você em vários aspectos, especialmente: o fraco roteiro, o talentoso Gosling e a cativante Carey Mulligan.
Para mim: 2.5 pipocas.
🙂
Abraços.