Meio sem pretensão assisti o suspense/terror A Visita, aliás, comecei assistir sem saber do que se tratava e nem sabia que era um filme de M. Night Shyamalan, confesso que quando vi o nome do diretor fiquei um pouco receoso devido aos últimos filmes do diretor e roteirista, mas para minha sorte A Visita tem mais potencial do que, por exemplo, Fim dos Tempos, mesmo que esteja bem abaixo de O Sexto Sentido e A Vila.
Alguns podem ficar com um ou até dois pés atrás com o filme por ver que iremos acompanhar o filme de uma forma nada inédita para filmes de terror, vamos seguir a câmera tremida de uma adolescente que resolveu filmar um documentário sobre a sua família, mas precisamente a relação desgastada e distante da sua mãe com seus avós, as crianças do filme nunca viram seus avós maternos e vão visitá-los pela primeira vez.
Essa premissa de uma adolescente usando câmera para filmar funciona muito bem, temos que lembrar que estamos em uma era digital onde todo mundo tem uma câmera, além disso logo no começo do filme descobrimos que ela e seu irmão foram abandonados pelo pai e basicamente lembram dele com vídeos, ou seja, filmar sua visita aos avós além de um documentário pode ser visto como uma chance de guardar bons momentos com os idosos, pena que bons momentos não são muitos.
Logo no primeiro dia com os avós algumas coisas bizarras acontecem e já nos deixam incomodados no sofá, porém de M. Night Shyamalan demora a tirar o filme de idosos fazendo coisas estranhas (algumas) explicáveis pela idade para entrar no suspense de verdade, não que isso afete muito o filme, mas vemos 2 ou 3 dias da relação arrastados com um ou outro acontecimento bizarros, que sem empolgar, atrapalham um pouco o ritmo e invés de provocar medo ou agonia, apenas nos incomodam um pouco.
Então passamos para os últimos dias das crianças com os avós e o filme, se não tem aquela surpresa que sempre esperamos dos filmes de Shyamalan, tem uma boa virada e traz tensão, agonia e mistura suspense e terror na medida certa, aquele incomodo que sentimos passa a ficar mais presente e sufocante, chegando a uma conclusão que misturou elementos sobre o abandono deles pelo pai, a luta pela sobrevivência e então aquele pequeno incomodo se torna afliação, uma vez que conseguimos sentir a aflição das crianças nos momentos finais, pois Shyamalan faz da simplicidade a melhor opção do filme, usando a falta de luz, a câmera parada ou nervosa para nos passar essa aflição e nos sufocar como sufoca os adolescentes.
A Visita funciona de uma maneira geral, se demora para engrenar, temos um bom filme no final, por isso a nota aí de baixo, poderia ter mais impacto e ser mais energético durante toda a sua duração, mas tenho que confessar que o avô vivido por Peter McRobbie e a avó, Deanna Dunagan, realmente fazem seu trabalho muito bem e são a alma e a força do filme, atuações séries e realmente aterrorizantes. Vale ainda lembrar o trabalho das duas crianças, Olivia DeJonge vai muito bem em boa parte do filme e o Ed Oxenbould se destaca mais no final, principalmente na cena final dele no filme.
Até,
André C.
A Visita (The Visit – 2015)
Sinopse: Um garoto (Ed Oxenbould) e sua irmã (Olivia DeJonge) são mandados pela mãe (Kathryn Hahn) para visitar seus avós que moram em uma remota fazenda. Não demora muito até que os irmãos descubram que os idosos estão envolvidos com coisas profundamente pertubadoras que colocam a vida dos netos em perigo.
Direção: M. Night Shyamalan
Roteiro: M. Night Shyamalan
País: EUA
Duração: 94 minutos
Elenco: Olivia DeJonge (Becca), Ed Oxenbould (Tyler), Deanna Dunagan (Nana), Peter McRobbie (Pop Pop) e Kathryn Hahn (Mom).
Até que bom esse filme
Filmes de terror são ótimos!
Esse filme é muito bom gostei muito dele.