Ouvi falar muito sobre o norueguês Headhunters e entendi o alvoroço em torno do filme, e se não é uma maravilha ou perfeito, é um filme que tem um grande valor ao misturar ação, política e psicologia.
Se você já viu o filme deve pensar que eu pirei ao falar que o filme coloca ação e política junto com psicologia, bem o filme usa a ação para tirar lições tanto políticas quanto pessoais do personagem vivido por Aksel Hennie que precisa durante todo o filme tirar todo o seu orgulho, toda a sua razão para lutar pela coisa mais simples que temos: a vida.
Tirando alguns exageros da trama o filme retrata exatamente isso que o mundo é tão político, capitalista e competitivo que é capaz de nos tirar todos os traços necessários para se viver, pois o que queremos é sempre mais e mais e mais, se roteiro baseado no livro de Jo Nesbø exagera nas atitudes que levam a perseguição (muito bem filmada e editada) e a “guerra” entre os dois personagens principais na luta por uma posição social ou, no caso, empresarial o filme brinca com o homem na luta pela sobrevivência, pois literalmente o headhunter Roger Brown (Aksel Hennie) precisa se despir de tudo que conquistou na sua vida, dos seus sonhos e até da sua humanidade para ir ao fundo do fosso (literalmente) e recomeçar. O filme com toda a ação, violência e até inverossimilidade que apresenta na tela, mostra que no fundo o homem na sua perseguição pelo sucesso, riquezas, ganância, luxúria em que o mundo nos leva esquece dos atos mais simples da vida que é viver, amar e ser feliz.
Obviamente Headhunters já está com uma refilmagem americana engatilhada, mas o diretor Morten Tyldum construiu um filme de ação envolvente com uma trama bem arrumada, mesmo que não inove na maneira como conta a estória ele criou uma visão dinâmica e diferente sobre um mundo capitalista, frio, competitivo em que a Noruega e o mundo estão cada vez mais enfiados, onde não importa o caráter e nem quem somos para chegar aonde queremos.
Headhunters é um filme muito bem feito e que merece este alvoroço em torno dele, pois tem os elementos necessários para ação, drama e suspense bem amarrados e um elenco competente.
Até,
André C.
Headhunters (Hodejegerne – 2011 )
Sinopse: Roger, o melhor headhunter da Noruega, financia seu luxuoso estilo de vida roubando obras de arte de seus próprios clientes. Mas Roger vive muito além de seus meios. Quando sua esposa lhe apresenta Clas Greve, ele parece o candidato perfeito para um trabalho de Roger, e ainda é dono de uma pintura muito valiosa. Roger vê isso como uma oportunidade única, mas as coisas não saem de acordo com o esperado.
Direção: Morten Tyldum
Roteiro: Lars Gudmestad e Ulf Ryberg baseado em romance de Jo Nesbø
Elenco: Aksel Hennie (Roger Brown), Nikolaj Coster-Waldau (Clas Greve), Synnøve Macody Lund (Diana Brown), Eivind Sander (Ove Kjikerud) e Julie Ølgaard (Lotte).