Anne: Anything that makes people happy can’t be bad, can it?
Um Homem Bom é um filme preciso, exato, não é uma grande obra, mas ele consegue ser perturbador e ao mesmo tempo belo, principalmente pela seqüência final. Perfeita.
O filme do “brasileiro” Vicente Amorim volta à Alemanha pré-nazismo, uma Alemanha em recessão, um país vivendo o caos econômico após a Primeira Guerra, um país que não percebia que Hitler poderia ser o que foi. Um país que homens bons e descentes foram dominados por uma propaganda enganosa.
O filme retrata isso muito bem, a frase do cartaz e do comecinho do post dizem tudo, pois Anne na sua vontade de amor a sua pátria, do renascimento de uma nova Alemanha diz: “Uma coisa que faz as pessoas tão felizes não pode ser ruim, pode?”.
Mas não é só Anne que é levada por esta propaganda, o personagem de Viggo Mortensen também percebe ali uma chance de mudar a vida, sair daquela escuridão, daquela tristeza que entra em sua casa. Anne é um renascimento do amor e seu livro uma ambição na carreira. Estas são as chances que ele vê para mudar da escuridão para a luz.
E para nos passar isso Vicente Amorim usou muito bem a música, a fotografia e os diálogos, ele consegue nos mostrar como pessoas boas foram levadas pelos acontecimentos. Para mostrar a recessão e a vida dura de um simples professor universitário, vemos uma casa fria, escura, uma família doente e sem amor. Quando aparece a aluna Anne a vida amorosa dele se enche de luz, assim também acontece nos grandes salões e nos sorrisos nas festas Nazistas. O professor universitário fica cego por causa desta luz, do amor, do desejo e da ambição. Ele finalmente estava sendo reconhecido, finalmente voltava a amar, ele finalmente vivia dias melhores.
A música que ele via as demais pessoas cantando, na sua cabeça, mostra isso de uma forma pura e sensível, as músicas refletem o seu momento e isso nos leva a cena final, impressionante pela sensibilidade e pelo lindo desempenho de Viggo Mortensen. É emocionante a sua dor, a sua tristeza angustiante de descobrir a que a luz na verdade era a escuridão repleta.
Não temos dúvidas que o professor Halder era realmente Um Homem Bom, não é ligado a política, não acredita que Hitler dure muito tempo no poder, possui amigos judeus, cuida da mãe e da esposa doente, ama os filhos e se dedica a profissão. Assim como Halder outros grandes homens, grandes mulheres, pessoas de enorme coração foram levadas pela propaganda e pela ambição até a desilusão de ver que tudo que falavam, realmente era verdade.
Um ótimo filme sobre a guerra, mas na visão mais sensível do ser humano e na sua dor de descobrir o horror por baixo das cortinas.
Até,
André C.
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Sinopse: Alemanha. John Halder (Viggo Mortensen) é um tranqüilo professor universitário, que vive em paz com sua família e tem em Maurice (Jason Isaacs) um grande amigo. Um dia Halder passa a prestar mais atenção em uma de suas alunas (Jodie Whittaker) e, com a carreira em ascensão, lida com pessoas do governo nazista, sem se dar conta do perigo que ele e seu país estão correndo.
Título Original: Good
Gênero: Drama/Guerra
País: Inglaterra/Alemanha
Ano de Produção: 2008
Tempo de Duração: 96 minutos
Lançamento Brasil: 25/12/2008
Direção: Vicente Amorim
Roteiro: John Wrathall, baseado em peça teatral de C.P. Taylor
Elenco: Viggo Mortensen (John Halder), Mark Strong (Bouhler), Jason Isaacs (Maurice), Jodie Whittaker (Anne), Steven Mackintosh (Freddie), Gemma Jones (Mãe), Charlie Condou (Bekemeier), Ruth Gemmell (Elizabeth) e Anastasia Hille (Helen).
Esse eu assisti e gostei muito, aliás, me comovi muito com toda história e principalmente com a relação dele com seu amigo psicanalista e judeu.
Um belo filme pra quem gosta de dramas tendo como fundo guerras.
Obs: Aproveitando o tema indico ” O Poeta” (The Poet) de 2007
Abraços!
Gostei muito deste filme. O tema já está meio batido, mas mostrou o nazismo de uma forma meio inédita. O Viggo Mortensen, um dos melhores atores em atividade, também ajuda a fazer deste um grande filme.
Abraços!
Ciro,
apesar do tema batido ainda vemos boas produções, com novas visões, porém este fim de semana vi A Solução Final, péssimo. Assim que der coloco aqui no blog.
Abraços.