Milagre em Sta. Anna me surpreendeu positivamente, mesmo com as várias críticas negativas que o filme de Spike Lee.
Spike Lee deixou seu radicalismo de lado, e mesmo mantendo seu tradicional foco – os negros na sociedade americana – o diretor consegue criticar o racismo, mas focar boa parte da trama na guerra e nos acontecimentos que cercam os 4 soldados americanos.
Um ponto a favor da trama é justamente isso, a crítica ao racismo e como os soltados negros eram tratados e pouco lembrados na segunda guerra está lá, mas de uma forma sutil (como o racismo infantil e inocente do menino) e nenhum pouco agressiva, uma vez que Spike Lee deixa as histórias do garoto, da comunidade italiana e do soldado Sam Train e sua cabeça da sorte tomarem conta do filme.
Aliás, a guerra acaba ficando em segundo plano em alguns momentos, pois o filme começa com uma cara bem de O Resgate de Soldado Ryan, com ótimas cenas de guerra, entretanto depois realmente somos jogados dentro de uma comunidade que sofre com a guerra, com a política italiana, com o medo e com os dilemas de cada um dos soldados.
Milagre em Sta. Anna pode não ser dos melhores filmes de guerra e possivelmente não se tornará um clássico do gênero, mas é um ótimo filme sobre o tema, com uma visão curiosa, diferente e com alguns toques de poesia a italiana.
Até,
André C.
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Título Original: Miracle at St. Anna
Gênero: Guerra/Drama
País: EUA/Itália
Ano de Produção: 2008
Tempo de Duração: 160 minutos
Lançamento no EUA: 26/09/2008
Lançamento no Brasil no Cinema: 30/04/2009
Direção: Spike Lee
Roteiro: James McBride, baseado em seu próprio livro.
Elenco: Derek Luke (Sargento Aubrey Stamps), Michael Ealy (Sargento Bishop Cummings), Laz Alonso (Soldado Hector Negron), Omar Benson Miller (Soldado Sam Train), Pierfrancesco Favino (Peppi ‘The Great Butterfly’ Grotta), Valentina Cervi (Renata), Matteo Sciabordi (Jovem Angelo Torancelli), John Turturro (Detetive Antonio ‘Tony’ Ricci), Joseph Gordon-Levitt (Tim Boyle) e John Leguizamo (Enrico)
A experiência nos ensina a desconfiar de dois tipos de unanimidade: a que elogia demais e a que detona demais. Sua crítica é animadora, talvez eu ative o desconfiômetro e dê uma chance a esse malfadado filme de Lee. Veremos.
Gustavo,
realmente quando o elogio é demais a gente desconfia…
Abraços,
André C.
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