Após ver o filme Bastardos Inglórios eu cheguei a uma conclusão: chega de fazer filmes sobre a Segunda Guerra, gosto do tema, me interesso pela guerra, mas depois que a mente insana, louca, maníaca e completamente inexplicável (até para Freud) de Tarantino resolveu brincar com o tema, nada mais pode ser dito e feito no cinema.
Só a mente nada convencional de Tarantino poderia pegar um tema como a guerra e misturar com músicas de faroeste e muitas várias pitadas de seus antigos filmes a um tema tão polêmico. Assim, Tarantino pode ter construído sua grande obra-prima.
Só da cabeça de Tarantino poderia sair um filme como Bastardos Inglórios, e digo isso afirmando que é um dos melhores filmes do ano e que Tarantino fez jus ao seu talento e a fama de melhor diretor/roteirista/maluco do cinema atual. Bastardos Inglórios é uma obrigação para aqueles que gostam e até para aqueles que odeiam o diretor.
O filme tem de tudo que um filme pode ter: excelente trilha sonora (completamente diferente para um filme de guerra), cenas de humor, humor negro, ação, violência, sangue, beleza, boa fotografia de interiores, ótimo roteiro, ótimas atuações, uma ótima dinâmica montagem e muita, mas muita tensão no ar.
Falando em tensão, Tarantino é expert em passar a tensão da cena ao telespectador, todos os seus filmes tem cenas bem escritas, bem dirigidas e que trazem para o outro lado da tela a maior das tensões. As cenas do encontro numa taberna no porão e o encontro entre o Caçador de Judeus, Coronel Hans Landa, e Shosanna Dreyfuss, são de mestre. A cena da taberna é com certeza uma das mais tensas já filmadas pelo diretor, o jogo de carta, a desconfiança e o erro cometido, aliás, o erro colocado no filme é realmente visível nos restaurantes e bares da Alemanha, eu achava estranho, apesar de parecer o mais correto.
Já que falei do Coronel Hans Landa e de Shosanna Dreyfuss, vamos falar das atuações destes dois grandes atores.
Engana-se quem acha que o filme é apenas sobre um bando de soldados que possuem a missão de colocar o medo e o desespero na vida dos nazistas, o filme na verdade é sobre a vingança, na verdade Tarantino recaí mais uma vez no tema, e desta vez é a personagem vivida pela ótima, enigmática e encantadora Mélanie Laurent, que sai em busca de vingança.
Aproveitando a beleza, o talento e o ar enigmático de Mélanie Laurent, Tarantino meio que a transforma em musa, pois usa e abusa de closes das formas suaves e belas da atriz, tudo para nos trazer um final forte e extraordinário, uma vez que a imagem doce que Mélaine nos passa durante um grande período do filme, encanta a todos na platéia, assim como encantou o soldado Fredrik Zoller (o ótimo Daniel Brühl de Adeus, Lenin!), e nos espanta com a sua risada demoníaca que domina a cena do cinema.
Mas quem merece ser aplaudido de pé é Christoph Waltz. Seu vilão é cínico, é vingativo, é forte e é perfeito. Com certeza Christoph Waltz trouxe ao Coronel Hans Landa muito mais que a cabeça doentia de Tarantino esperava! Trouxe uma atuação magistral e de transformar Coronel Hans Landa num dos maiores vilões do cinema atual. Na minha modesta opinião, uma das melhores, se não for a melhor, atuação de um ator no ano.
Mas o filme não é só de Christoph Waltz e da bela Mélaine (agora é ainda mais musa para este que vos escreve), o elenco todo dos bastardos está perfeito, destaques para atuação de Brad Pitt (que para mim tem um pouco do seu Mickey O’Neil, de Snatch – Porcos e Diamentes), para Eli Roth e a bela e charmosa Diane Krueger. Claro que os outros estão absurdamente bem, mas eu já me alonguei demais e perciso terminar o post.
E para terminar este post nada melhor que usar a frase final do filme, que como muitos já disseram por aí é praticamente uma frase pessoal de Tarantino sobre o filme.
Lt. Aldo Raine: You know somethin’, Utivich? I think this might just be my masterpiece!
Até,
André
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Título Original: Inglourious Basterds
Gênero: Guerra
País: EUA/Alemanha
Ano de Produção: 2009
Tempo de Duração: 153 minutos
Lançamento Mundial: 20/05/2009 (Cannes Film Festival)
Lançamento no Brasil: 09/10/2009
Direção: Quentin Tarantino
Roteiro: Quentin Tarantino
Elenco: Brad Pitt (Tenente Aldo Raine), Mélanie Laurent (Shosanna Dreyfuss), Eli Roth (Sargento Donny Donowitz), Christoph Waltz (Coronel Hans Landa), Michael Fassbender (Tenente Archie Hicox), Diane Krueger (Bridget von Hammersmark), Daniel Brühl (Fredrik Zoller), Til Schweiger (Sargento Hugo Stiglitz), Gedeon Burkhard (Wilhelm Wicki), Jacky Ido (Marcel), B.J. Novak (Smithson Utvich), Omar Doom (Omar Ulmer), August Diehl (Major Dieter Hellstrom), Denis Menochet (Perrier LaPadite), Mike Myers (General Ed Fenech) e Julie Dreyfus (Francesca Mondino)
Concordo com o que Tarantino deixou a entender com a fala final de Aldo. Inglourious Basterds é a obra prima do cineasta!
Não acredito em visões definitivas sobre determinado tema, nunca se sabe o que um artista original pode acrescentar. Mas, de qualquer forma, parece mesmo que esse vai ser o filme do gênero mais estudado por muitos anos.
Com certeza a obra prima de Tarantino. O filme prende sua atenção com cenas tensas do começo ao fim, em especial a da taberna. Destaque, claro para a fantástica atuação de Christoph Walt. O contraste entre a educação e sutileza com a crueldade e sadismo do Coronel Hans Landa é fascinante!!