Jivago: What happens to a girl like that, when a man like you is finished with her?
Komarovski: You interested?
Revi, ou melhor, acho que revi, pois não tenho certeza se já tinha visto ou não Dr. Jivago, e era uma vergonha tê-lo em minha coleção de DVDs e não ter parado algumas horas para assistir.
Dr. Jivago é um clássico e assim será para sempre, mas na minha opinião não pela estória de amor entre Lara e Jivago, mas sem pela qualidade técnica e musical do filme, além, é claro, de algumas ótimas atuações.
A música do filme está entre uma das mais belas já compostas pelo filme. No DVD temos as partes que existiam nos cinemas para filmes longos, ou seja, temos abertura, intervalo e entre atos, que basicamente é uma pintura e uma música, só que você nem pensa em adiantar o filme, pois a música é belíssima, e não falo apenas da mais famosa de todas, Tema de Lara (no vídeo abaixo), mas de toda a trilha composta pelo grande Maurice Jarre, que infelizmente nos deixo em março. O Oscar foi extremamente merecido em uma trilha sincera, forte e penetrante.
Um outro Oscar que foi mais do que merecido foi o da fotografia, simplesmente mágica. A fotografia das paisagens, principalmente pela longa viagem de trem de Moscou ao interior, é linda, a maneira como o vermelho se destaque entre a brancura da neve é algo que nada se igualará no cinema.
Bem, como já disse, o filme é um clássico pelo lado técnico, pela direção precisa e por algumas atuações de se tirar o chapéu, e não, não é de Omar Sharif, mas sim de Geraldine Chaplin, Rod Steiger e Tom Courtenay, que concorreu ao Oscar de ator coadjuvante.
Mas a história de amor em nenhum momento chegou a me empolgar, apesar de toda a beleza e dos olhos azuis penetrantes de Julie Christie, o romance parece frio e sem química. E como não funcionou, na minha opinião por culpa de Omar Sharif, que parecia distante, o romance é apenas uma pequena estória para retratar as guerras, as injustiças, mesmo com uma crítica exagerada ao comunismo, da revolução russa de 1917, pois ela é a verdadeira trama do filme e ajudadas pela música, direção precisa e um bom roteiro a gente passa tranqüilamente pelas mais de 3 horas de filme.
Realmente afirmo que o filme é longo, mas funciona bem, principalmente se levarmos em conta que queremos ver um épico de amor e nem de guera, mas apenas uma boa história, muito bem feita nos aspectos técnicos e artísticos.
Até,
André C.
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Sinopse: O filme conta sobre os anos que antecederam, durante e após a Revolução Russa pela ótica de Yuri Zhivago (Omar Sharif), um médico e poeta. Yuri fica órfão ainda criança e vai para Moscou, onde é criado. Já adulto se casa com a aristocrática Tonya (Geraldine Chaplin), mas tem um envolvimento com Lara (Julie Christie), uma enfermeira que se torna a grande paixão da sua vida. Lara antes da revolução tinha sido estuprada por Victor Komarovsky (Rod Steiger), um político sem escrúpulos que já tinha se envolvido com a mãe de Lara, e se casou com Pasha Strelnikoff (Tom Courtenay), que se torna um vingativo revolucionário. A história é narrada em flashback por Yevgraf de Zhivago (Alec Guiness), o meio-irmão de Yuri que procura a sua sobrinha, que seria filha de Jivago com Lara. Enquanto Strelnikoff representa o “mal”, Yevgraf representa o “bom” elemento da Revolução Bolchevique.
Título Original: Dr. Zhivago
Gênero: Suspense/Drama
País: EUA
Ano de Produção: 1965
Tempo de Duração: 127 minutos
Lançamento no Brasil: 14/02/1966
Direção: David Lean
Roteiro: Robert Bolt, baseado em livro de Boris Pasternak
Premiação: Oscar – Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Direção de Arte – A Cores, Melhor Fotografia – A Cores, Melhor Figurino – A Cores e Melhor Trilha Sonora
Globo de Ouro – Melhor Filme – Drama, Melhor Diretor, Melhor Ator – Drama (Omar Sharif), Melhor Roteiro e Melhor Trilha Sonora
Grammy – Melhor Trilha Sonora
Elenco: Omar Sharif (Yuri Zhivago), Julie Christie (Lara), Geraldine Chaplin (Tonya), Rod Steiger (Victor Komarovsky), Alec Guinness (General Yevgraf Zhivago), Tom Courtenay (Pasha Strelnikov), Siobhan McKenna (Anna) e Ralph Richardson (Alexander Gromeko)
Quando vi o filme, há quase uma década, por causa dos Oscars que tinha ganho, também não me empolgou, e quase entediou.
Aproveitando a deixa, talvez eu também reveja o filme e o reavalie…
Esse é dos meus favoritos, uma perola do cinema!!!!