Em Tudo Pelo Poder o astro George Clooney traz para a tela a peça de teatro Farragut North e traz junto um elenco com excelente nomes, e principalmente com um ator que está no caminho para o estrelato definitivo, Ryan Gosling, que para mim é um dos grandes trunfos do filme de Clooney que flerta muito próximo dos bastidores sujos da política e de como ela pode desiludir aqueles que ainda acreditam que existe algo bom nela, ou políticos bons.
Aliás, logo nas primeiras cenas do filme, a sempre boa Marisa Tomei, questiona o personagem de Ryan Gosling sobre os motivos de estar na campanha do governador Morris (George Clooney) e ela, deixa claro, que uma hora ele vai perceber que no mundo da política não existe lugar para idealista, para sonhadores e então o filme passa a mostrar todos os lados desta campanha e como o jogo de interesses e de poder podem mudar uma pessoa.
E então que o filme de George Clooney tem seus melhores momentos, e mesmo sem nunca empolgar, o filme consegue prender a atenção por causa de um elenco afinadíssimo e com atuações convincentes, principalmente de Ryan Gosling que vem mostrando cada vez mais talento e boa percepção nas escolhas dos seus papéis, podendo em poucos filmes criar personagens completamente diferentes. Porém não é apenas ele que está bem, não se pode falar de Tudo pelo Poder sem falar de Philip Seymour Hoffman, ele está brilhante, principalmente numa das cenas cruciais do filme juntamente com Ryan Gosling, foi uma pena o Oscar não lembrar de nenhum dos dois nos indicados deste ano.
Voltando ao que escrevi no primeiro parágrafo deste post, acho que tudo que o filme consegue com seus atores e com uma direção correta de Clooney, ele perde com um roteiro que não tem a coragem ou a ousadia de ir fundo nas feridas do sistema político americano (ou de qualquer outro), talvez este nunca tenha sido o objetivo de Clooney e dos demais roteiristas, mas do lado de cá, pelo menos aconteceu comigo, a gente espera que o filme toque ainda mais fundo nas feridas de um sistema político onde lobistas e o jogo de interesses político sempre falam mais alto do que a integridade das propostas e dos objetivos reais de um candidato para uma nação e por ter esperado um pouco disso que dou a nota abaixo.
Mas Tudo Pelo Poder é um bom filme, tem seus momentos e merece a atenção do público, porque mesmo sem ir fundo nos problemas políticos comuns no mundo todo, o filme mostra que o ambiente é tão sujo, tão cheio de interesses, que até uma pessoa cheia de ideais bonitos pode ser corrompido.
Até,
André C.
Tudo Pelo Poder (The Ides of March – 2011)
Sinopse: Baseado em peça escrita por Beau Willimon e se passa em Des Moines, Iowa, algumas semanas antes do partido democrata escolher seu candidato para a concorrer à presidência dos Estados Unidos. A trama é centrada no jovem diretor de comunicação Stephen Myers (Ryan Gosling) e as trapaças do jogo da política em que ele precisa se meter para conseguir a indicação para seu candidato, o então governador Mike Morris (Clooney)
Direção: George Clooney
Roteiro: George Clooney, Grant Heslov e Beau Willimon, baseado na peça de teatro Farragut North do próprio Beau Willimon
Elenco: Ryan Gosling (Stephen Meyers), George Clooney (Governor Mike Morris), Philip Seymour Hoffman (Paul Zara), Paul Giamatti (Tom Duffy), Evan Rachel Wood (Molly Stearns), Marisa Tomei (Ida Horowicz) e Jeffrey Wright (Senator Thompson)..