Como é bom quando você assiste a um filme meio sem muita pretensão, pois não lembra ou não viu muito comentário na época que ele foi lançado, mas que o filme te surpreende positivamente com uma bela história, contada de forma muito limpa e eficiente por Steven Spielberg (também é bom ver isso novamente)
The Post – A Guerra Secreta narra acontecimentos antes do famoso caso do Watergate, onde vemos, neste belo drama jornalístico, o crescimento da mídia investigativa e dos jornais trabalhando para o povo e tentando, através de vazamento de documentos da CIA, mas que foram uma bela briga jurídica entre jornais e governo do EUA.
Porém, isto é apenas um detalhe no filme, o que vemos é uma narrativa sincera e sem muitos confetes da busca de um editor, Ben Bradlee, vivido com excelência por Tom Hanks, pela notícia que mude seu jornal de patamar, mesmo que para isso precise espionar até o maior jornal do EUA, NY Times.
Hanks emprega ao seu editor uma atuação forte e nos passa, diversas vezes, que o próprio editor vive uma guerra interna entre o certo e o errado, entre o sucesso e a desgraça do jornal onde trabalha. Tom Hanks é a alma do filme, todos a sua volta o acompanham, sem querer uma atuação épica, ele faz um belíssimo e sereno trabalho. É através de Hanks que o excelente elenco coadjuvante se destaca e ganha o palco e criam uma belíssima sinergia que vira um grande filme.
Devido a desconfiança do mundo masculino e machista dos anos 60, Meryl Streep nos apresenta uma atuação retraída para a dona do Washington Post (Kay Graham). Presa e em alguns momentos perdida, sua atuação reflete exatamente a guerra interna entre o ser e não ser de sua personagem, uma mulher que tinha o poder na mão, mas que devido aos homens do seu círculo se sentia oprimida, menor e incapaz para o poder que caiu em suas mãos. Porém estamos falando da maior atriz viva do cinema, e invés de ser uma atuação fraca e sem poder, Meryl Streep nos presenteia com a melhor cena do filme, onde todos da cena parecem dizer: essa sim é Meryl Streep.
Bem, com essas duas estrelas em boa performance, um elenco coadjuvante competente, com Steven Spilberg mostrando que ainda sabe contar uma bela história sem quer transformar o filme em nada épico e memorável, vemos um filme muito bom, com um roteiro muito coeso, que te intriga e prende atenção.
Um filmaço.
Roteiro: Liz Hannah e Josh Singer
Elenco: Tom Hanks, Meryl Streep, Sarah Paulson e Bob Odenkirk.
Filme visto em 18/02/2019. 232019
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