Michael Fassbender e Kate Winslet seguram essa biografia de Steve Jobs mesclada com drama familiar, uma vez que o filme foca em 3 fases distintas do mago da Apple e de suas criações, mas sempre recheando as mesmas com pesados dramas pessoais.
Primeira coisa a saber do filme é que Michael Fassbender não parece em nada com Steve Jobs, talvez se aproxime muito no último ato do filme, porém Fassbender nos faz esquecer deste detalhe o filme todo, devido a sua atuação sincera, marcante e dominante. Michael Fassbender realmente mereceu sua indicação ao Oscar, infelizmente perdeu para Leonardo DiCaprio, mas não vou comparar as duas, pois são atuações diferentes que puxam lados completamente distintos de uma atuação, mas Fassbender seria o meu voto, pois, como falei, ele nos faz esquecer que não lembra Steve Jobs e dá uma atuação digna ao gênio da Apple.
Outro detalhe importante sobre o filme é que Fassbender tem ao seu lado uma atriz fora de série, Kate Winslet está a altura da atuação do ator principal, dando ao filme uma entrega belíssima e que nos da uma das melhores cenas do filme, aliás, com certeza a que valeu a indicação de Kate Winslet ao Oscar.
Sendo bem sincero, se tirássemos esses dois atores e suas atuações Steve Jobs seria um filme sem alma, um drama comum, os diálogos rápidos e precisos escritos por Aaron Sorkin ficariam soltos e sem força nenhuma e Steve Jobs teria mais um cinebiografia fadada ao fracasso de público e crítica, possivelmente nem os adoradores dele gostariam do resultado final.
Felizmente para Aaron Sorkin e para o diretor Danny Boyle os atores, inclusive os coadjuvantes (Seth Rogen e Jeff Daniels), trazem sinceridade e atuações precisas tirando muito do roteiro ácido e bem escrito, Boyle também não quer fazer piruetas ou chamar a atenção para a sua direção, deixando que o filme flua naturalmente e que se torne um filme dinâmico, rápido e esteticamente muito bem pensado e dimensionado, dando belas pinceladas pelas fases do Macintosh, NeXt e iMac. Tudo isso combinado nos prendem a atenção e os 122 minutos passam voando.
Talvez o filme exagere em cenas dramáticas do conturbado gênio Jobs, isso pode desanimar aqueles que entram na sala de cinema esperando ver um filme que adorando Steve Jobs, tratando-o como um Deus, porém como tudo é muito bem costurado entre uma cena e outra, a briga entre aquele homem fora do comum, egocêntrico, arrogante com aquele homem procurando ele mesmo e sua família, fazem de Steve Jobs um filme interessante, mesmo que não empolgue ou te levante da cadeira nenhuma vez.
O último detalhe que vale a pena citar é a belíssima cena final na medida certa e que agradará quem viu o filme por Steve Jobs e quem viu apenas mais um drama familiar.
Até,
André C.
Steve Jobs (Steve Jobs – 2015)
Sinopse: Três momentos importantes da vida do inventor, empresário e magnata Steve Jobs: os bastidores do lançamento do computador Macintosh, em 1984; da empresa NeXT, doze anos depois e do iMac, no ano de 2001.
Direção: Danny Boyle
Roteiro: Aaron Sorkin baseado em livro de Walter Isaacson
País: EUA
Duração: 122 minutos
Elenco: Michael Fassbender (Steve Jobs), Kate Winslet (Joanna Hoffman), Seth Rogen (Steve Wozniak),Jeff Daniels (John Sculley), Michael Stuhlbarg (Andy Hertzfeld), Katherine Waterston (Chrisann Brennan), Perla Haney-Jardine (Lisa Brennan (19)), Ripley Sobo (Lisa Brennan (9)) e Makenzie Moss (Lisa Brennan (5)).
Concordo com sua crítica! Realmente Fassbender além de ser um grande artista é encantador vê-lo em cena! Kate como sempre lindíssima e uma grande artista! Abraços!