Se nunca existiu mulher como Gilda, jamais vai nascer no mundo outra mulher que provoque tanto fascínio aos homens, e até as mulheres, como Marilyn Monroe, a personagem que Norma Jeane Mortensen dizia interpretar sempre que precisava, nota marcante em uma de cenas deste filme sobre os dias em que a atriz americana passou na Inglaterra para filmar ao lado de Sir Laurence Olivier.
Podemos resumir o filme como um filme de Marilyn Monroe com a própria na tela, pois o fascínio que a atriz trazia nas suas curvas, no seu olhar, na magia por trás da sua vida e no seu jeito sedutor estão presentes na tela na pele de uma atriz que está tão fascinante quanto a original: Michelle Williams.
A atriz é o filme, o filme só acontece porque a atriz está deslumbrante, maravilhosa e dá uma alma mágica, pois vive na tela Marilyn Monroe e vive também Norma Jeane. A atriz, merecidamente indicada ao Oscar, está tão perfeita no papel da maior diva do cinema que é capaz daqueles mais desavisados achar que trata-se de um filme de Marilyn.
Aliás, se não fosse por Michelle Williams o filme seria apenas um filme comum, com um roteiro que não tem a força necessária para manter o interesse do público. Assim como Meryl Streep fez um trabalho maravilhoso em A Dama de Ferro com um roteiro simples e repetitivo, Michelle Williams também o faz e faz com a dignidade de uma grande atriz de Hollywood.
O filme ao contar os dias que Marilyn passou na Inglaterra comete alguns erros que só não prejudicam o filme por causa da dupla principal, pois repete constantemente que a atriz tinha problemas com remédios (que teoricamente lhe tiraram a vida em agosto de 62 aos 36 anos), mostra a todo novo dia de filmagens os atrasos da atriz e mostra as diferenças dela e de Laurence Olivier (Kenneth Branagh, um pouco caricático) na maneira de representar, de entrar no personagem.
O roteiro pequeno em alguns momentos sobrevive por causa da bela atuação da atriz e de seu par romântico Eddie Redmayne, e pelos bons momentos em que mostra Marilyn como Norma Jeane, mostrando que a atriz era completamente outra quando era ela mesmo, sem precisar ser aquela que todos queriam, sem precisar estar sempre linda, poderosa e como ela lidava com isso, como esta diferença entre a musa e Norma Jeane acabavam por lhe consumir completamente.
Sete Dias Com Marilyn é um filme que deixa mais uma vez claro que Marilyn Monroe ainda causa fascinação, ainda é sensual, sexy e bela e que vai ser eternamente uma das maiores estrelas que o cinema já viu. Talentosa, sexy linda ou louca, não importa como a chama, Marilyn Monroe será sempre única e Michelle Williams nos deu um pouco mais dela.
Até,
André C.
Sete Dias com Marilyn (My Week with Marilyn – 2011)
Sinopse: A musa Marilyn Monroe (Michelle Williams) está em Londres pela primeira vez para filmar “O príncipe encantado”. Colin Clark (Eddie Redmayne), o jovem assistente do prestigiado cineasta e ator Laurence Olivier (Kenneth Branagh), sonha apenas em se tornar um diretor de cinema, mas logo viverá um romance com a mulher mais sexy do mundo. O que começa como uma aventura amorosa mudará a vida do ainda inocente Colin e revelará uma das várias facetas de um dos maiores mitos do século XX.
Direção: Simon Curtis
Roteiro: Adrian Hodges baseado nos livros de Colin Clark, My Week with Marilyn e The Prince, the Showgirl and Me.
Elenco: Michelle Williams (Marilyn Monroe), Eddie Redmayne (Colin Clark), Julia Ormond (Vivien Leigh), Kenneth Branagh (Sir Laurence Olivier), Pip Torrens (Sir Kenneth Clark), Geraldine Somerville (Lady Jane Clark), Dougray Scott (Arthur Miller), Toby Jones (Arthur Jacobs), Dominic Cooper (Milton Greene), Judi Dench (Dame Sybil Thorndike), Emma Watson (Lucy) e Zoë Wanamaker (Paula Strasberg).
A atuação de Michelle Williams fez toda a diferença mesmo. O filme é bom, mas esperava mais encanto do roteiro.
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