Normalmente quando deixamos para ver um filme que já foi elogiado por várias pessoas, como pela Kamila do Cinéfila Por Natureza, e ainda este filme ganhou 8 Oscars e foi a grande sensação da maior festa do cinema, você senta para assistir meio desconfiado, pois suas expectativas para com o filme são as melhores possíveis, e o que normalmente acontece, a gente acaba se decepcionando.
Porém, não foi o que aconteceu nesta linda fábula sobre o destino, a vida, esperança, otimismo e o amor dirigida de forma magistral por Danny Boyle.
O que vemos na tela é a quase perfeição entre roteiro, direção, atuação, som, fotografia e edição, aliás, tirando a parte de atuação as outras foram premiadas com o Oscar.
O roteiro é muito simples, mostra a vida de Jamal Malik e todos os acontecimentos que levaram ele até o programa Quem Quer Ser Um Milionário? E em flashbacks ele vai contando, ou nos mostrando, como as respostas das perguntas apareceram na sua vida, as vezes de forma trágica e as vezes em busca do amor. E engana-se quem pensa que ele está ali pelos 20 milhões de Rupias, ele está ali por acreditar que na vida é possível viver de amor.
E com este roteiro simples, falando da busca do amor, do destino, da esperança e do otimismo que na vida tudo pode melhorar, que Danny Boyle nos presenteia com uma das mais perfeitas edições do cinema, tudo é muito bem montado, a maneira como somos apresentados a Jamal, tentando na polícia provar que sabia realmente as respostas e no final nos mostrando que Jamal passou a ser uma espécie de Deus, que o povo via nele, um simples assistente de Telemarketing, a esperança de que a vida pode melhorar.
Obviamente só com esta edição que os flashbacks funcionaram perfeitamente com o roteiro, vão se encaixando nas horas e nos fazem viver ainda mais entusiasmado a história de Jamal, e é justamente isso o ponto máximo do filme, pois ele nos leva acreditar naquela luta de Jamal pelo amor, nos deixa entusiasmado e nos enche de otimismo para seguir a vida com mais alegria, mais amor e muito mais paz com a gente mesmo.
A atuação do elenco infantil é impressionante. Desde que somos apresentados as duas crianças, Salim e Jamal, já vemos uma diferença clara de personalidades, sendo que Salim tem um ar todo de Dadinho/Zé Pequeno de Cidade de Deus, aliás, falando em Cidade Deus, o filme possui muitos pontos similares, mas enquanto um mostra que a vida é difícil e quase impossível de se melhorar, o outro nos mostra a vida com otimismo.
Falando em otimismo, muitos acreditam que o Oscar foi dado ao filme pelo momento que ele apareceu, pois o mundo inteiro vive uma onda de pessimismo, crise e falsas esperanças, e o filme mostra totalmente o contrário, que a vida vale a pena e que o amor e a esperança são os alicerces de tudo, porém não é só por causa do momento, o filme é uma história magnífica.
Mas se me perguntarem se ele mereceu o Oscar de melhor filme?! Vou dizer que entre os que já vi, com certeza, mas que ainda acho que O Lutador foi o grande injustiçado do Oscar, claro, parece contradição, pois elogiei o filme um monte e agora falo que O Lutador foi injustiçado, são filmes completamente diferentes, mas O Lutador me conquistou de uma maneira singular.
Recomendo a todos, um grande filme para se ver, pensar e viver.
Até,
André
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Título Original: Slumdog Millionaire
Gênero: Drama
País: EUA/
Ano de Produção: 2008
Tempo de Duração: 120 minutos
Lançamento no Brasil: 06/03/2009
Direção: Direção: Danny Boyle
Roteiro: Simon Beaufoy, baseado em livro de Vikas Swarup
Elenco: Dev Patel (Jamal K. Malik), Ayush Mahesh Khedekar (Jamal K. Malik – criança), Tanay Chheda (Jamal K. Malik – jovem), Freida Pinto (Latika), Rubiana Ali (Latika – criança), Tanvi Ganesh Lonkar (Latika – jovem), Madhur Mittal (Salim), Azharuddin Mohammed Ismail (Salim – criança), Ashutosh Lobo Gajiwala (Salim – jovem), Chirag Parmar (Arvind – criança)
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