Fim de feriado e nada melhor que um sofá, uma espetacular companhia e um filme se grandes pretensões, mas que agrada, arranca risadas e até emociona em alguns minutos, é isso que O Exótico Hotel Marigold consegue nas suas 2 horas de duração.
O diretor John Madden pega o roteiro de Ol Parker (adaptado do livro de Deborah Moggach) e deixa o filme nas mãos do espetacular elenco inglês (só eles já valem o filme) e que mesmo com alguns desníveis no roteiro conseguem divertir, emocionar e principalmente deixar atuações, se não foram espetaculares, com momentos de talento e muita beleza.
O filme segue 7 idosos que com problemas de saúde, dinheiro e solidão resolvem viajar para Índia, seja para fugir de algo, encontrar algo ou recomeçar, aliás, o que o filme trata de verdade é o fato do qual o personagem de Dev Patel (Quem Quer Ser Um Milionário) repete o filme todo: se não deu certo é porque não acabou; É justamente isso que o filme busca, mostrar que nunca é tarde para ser feliz, para mudar, para recomeçar, para conquistar e para viver, que não importa a idade para se buscar a felicidade.
O filme só não é perfeito, pois é um pouco inconstante, parece que tem horas que esquece um ou outro personagem, depois lembram deles e o romance envolvendo Dev Patel não é algo que traga ao filme muito interesse, mostra apenas uma diferença de realidade, de cultura, mas isso o filme mostrou diversas vezes e de várias formas, como a bem editada parte sobre comidas apimentadas da Índia. Aliás, as boas piadas do filme são justamente ao colocar frente a frente a Inglaterra clássica contra a Índia atual.
O maior destaque do filme está na veterana Maggie Smith, apesar do filme dar mais atenção para Judi Dench. Maggie Smith é uma das grandes damas do cinema inglês e aqui está soberba, suas cenas são as de maior impacto, uma vez que sua personagem é cheia de amargura, racismo e xenofobia,e é por isso que é a que melhor entende o significado de tudo aquilo que eles passam, o de recomeçar de novo e de escrever um novo final, de deixar o passado definitivamente para trás e começar a viver de novo.
O Exótico Hotel Marigold é um daqueles filmes que agrada do início ao fim, é simpático, muito bem feito, com pequenos altos e baixos e defeitos no roteiro, mas que no final cumpre o seu papel que é o de colocar um sorriso no rosto de quem assiste e mostrar que realmente não é porque não deu certo que acabou.
Até,
André C.
O Exótico Hotel Marigold (The Best Exotic Marigold Hotel – 2011)
Sinopse: Conta a história de um grupo de aposentados britânicos que decidem transferir suas aposentadorias para a Índia, local mais econômico e, aparentemente, exótico. Atraídos por anúncios do recém-restaurado Hotel Marigold e seduzidos com visões de uma vida de lazer, eles chegam para encontrar no palácio um espelho de suas vidas. Embora o novo ambiente seja menos luxuoso do que imaginavam, eles serão transformados por suas experiências compartilhadas, descobrindo que a vida e o amor podem começar de novo quando se deixa de viver no passado.
Direção: John Madden
roteiro: Ol Parker baseado em livro The Foolish Things de Deborah Moggach
Elenco: Judi Dench (Evelyn Greenslade), Tom Wilkinson (Graham Dashwood), Bill Nighy (Douglas Ainslie), Penelope Wilton (Jean Ainslie), Maggie Smith (Muriel Donnelly), Paul Bhattacharjee (Dr. Ghujarapartidar), Ronald Pickup (Norman Cousins), Celia Imrie (Madge Hardcastle), Dev Patel (Sonny Kapoor) e Tena Desae (Sunaina).
É interessante essa avaliação sobre o filme. Gostei muito da descrição, do enfoque nessa questão de qualquer pessoa pode mudar a sua vida e recomeçar a qualquer momento. Acho que basta querer fazer isso e o longa-metragem traz justamente essa ideia. Por isso é tão envolvente. Muito boa a avaliação.