Qual foi o grande diferencial em Histórias Cruzadas que fez o filme um sucesso de público, de crítica e o fez ser lembrado até para o Oscar de Melhor Filme em 2012? Uma pergunta simples, com uma resposta ainda mais simples, o ótimo elenco feminino encabeçado por uma inspirada Viola Davis.
História Cruzadas é um filme comum, como ele existem milhares de filmes, todo mundo já viu algum filme que volta ao Mississipi dos anos 60 e mostra a luta de negros contra o racismo, e nestes filmes normalmente um branco, de bom coração e de razão, tenta mudar o rumo da história, aqui neste filme os negros são as empregadas domésticas de uma pequena cidade, onde o racismo é constante e comum.
O diretor e roterirista Tate Taylor tem um mérito importantíssimo para o sucesso do filme, não quis fazer de Histórias Cruzadas um filme inédito, algo novo e marcante, pegou o livro da escritora Kathryn Stockett e criou um filme seguindo a risca os filmes já feitos sobre o mesmo assunto, porém escalou um elenco impressionante, abusou de cores claras, uma fotografia alegre (muito amarelo e azul) e transformou um filme comum em um bom filme.
E como já deixei claro desde o primeiro parágrafo Histórias Cruzadas é o que é por causa do seu elenco feminino, além de uma Viola Davis impressionante, um trabalho fora de série e exuberante, temos um elenco recheado de atrizes que dão ao filme corpo e alma. Voltando a Viola Davis, que atuação. Sua cena final é algo fora de série, daquelas cenas para ver e rever e admirar uma atriz em um trabalho belíssimo.
Falar deste filme e só falar de Viola Davis seria injusto com a vencedora do Oscar, Octavia Spencer, que vai do cômico ao drama, que quebra o sofrimento com uma risada, alguns podem achar o trabalho da atriz um pouco forçado ou até exagerado, mas ela está bem longe disso, pois sua personagem é de grande importância no filme, é a válvula de escape que o diretor encontrou para tirar o peso do momento de algumas cenas mais fortes.
E falar só de Viola Davis e Octavia Spencer, eu ainda seria injusto, pois temos uma Jessica Chastain no mesmo patamar das outras duas atrizes, sua indicação ao Oscar foi merecida, pois seu trabalho aqui é completamente superior e diferente do que vimos em A Árvore da Vida, a atriz teve um 2011 de destaque e é uma das promessas da nova geração de atrizes. Mas ainda tenho que destacar outras duas atrizes de grande importância no filme, Bryce Dallas Howard, uma atriz que não sou muito fã, mas me impressionou com sua racista Hilly Holbrook, talvez um pouco exagerada e até caricata em certos momentos, mas mesmo assim construiu uma personagem falsa, amarga e racista, sem nunca descer do pedestal. Outra atriz que empresta todo seu talento ao filme é a veterana Allison Janney, um papel pequeno, mas forte e presente, que em pouco tempo na tela impressiona pelo talento.
Bem, deu para perceber que Histórias Cruzadas é um filme simples, mas com elenco inspiradíssimo, e eu acredito que a indicação para 3 atrizes ao Oscar foi um prêmio para todo o elenco, que fizeram de uma história simples e pouco batida em um filme interessante, muito bom e agradável de ver.
Até,
André C.
Hisótias Cruzadas(The Help – 2011)
Sinopse: Skeeter (Emma Stone), Aibileen (Viola Davis) e Minny (Octavia Spencer) são três extraordinárias mulheres que moram no Mississipi na década de 60, e constroem uma amizade improvável através de um projeto. Esse projeto é um livro, onde seu conteúdo quebra todas as regras sociais impostas pela época. Dessa aliança surge uma irmandade, que mantém firme a coragem de transcender as linhas que os definem, mesmo que isso signifique trazer para todos na cidade uma mudança dos tempos.
Direção: Tate Taylor
Roteiro: Tate Taylor baseado em romance de Kathryn Stockett
Elenco: Emma Stone (Skeeter Phelan), Viola Davis (Aibileen Clark), Bryce Dallas Howard (Hilly Holbrook), Octavia Spencer (Minny Jackson), Jessica Chastain (Celia Foote), Ahna O’Reilly (Elizabeth Leefolt) e Allison Janney (Charlotte Phelan).