Um diretor forte, um espetacular elenco e 15 minutos iniciais empolgantes deixavam claro que Contágio seria um daqueles filmes genias, sensacionais, porém o filme não se desenvolve de uma maneira coesa e se torna um filme interessante e só.
O problema do filme do diretor Steven Soderbergh são os vários núcleos de estórias girando em cima da estória principal, porém o limitado tempo de filme faz com que algumas fiquem perdidas ou mal aproveitadas no contexto geral, como por exemplo a trama encabeçada pela ótima Marion Cotillard, que em um certo momento parece esquecida do filme, mas que é retomada em seu final para um desfecho.
O roteiro de Scott Z. Burns buscou inspiração na gripe H1N1 para mostrar reações das mais diversas pessoas quando o assunto é uma epidemia que pode girar o mundo em questões de dias e horas, até aí o filme é dinâmico e super interessante ao mostrar como cientistas, políticos, industrias e pessoas comuns veem aquela ameaça com tanto medo que trazem seus sentimentos mais animalescos na luta da sobrevivência, porém tudo isso no fundo é o que atrapalha o filme, uma vez que o diretor Steven Soderbergh passeia rapidamente por cada uma destas pequenas estórias, mas sem nunca se aprofundar nelas e algumas estórias ficam com aquela sensação de que faltou algo, faltou alguma coisa, além da trama de Marion Cotillard, a trama do blogueiro vivido por Jude Law também parece não ser desenvolvida como deveria.
Steven Soderbergh e Scott Z. Burns tentaram fazer um filme que seria uma homenagem aos cientistas que colocam em risco a sua saúde e a de sua família para tentar procurar uma cura para doenças fatais, e ainda faz uma crítica à sociedade, ao capitalismo, ao governo e às empresas farmacêuticas, mas o fizeram de uma forma superficial que deixou aquela sensação clara de que o filme poderia ser mais ousado, de querer um algo mais, uma pena, pois é um desperdício de excelentes atores em estórias que poderiam ter muito mais impacto do que realmente tem.
Até,
André C.
Contágio (Contagion – 2011 )
Sinopse: O rápido progresso de um vírus letal, transmissível pelo ar, que mata em poucos dias é descoberto. A epidemia se espalha rapidamente, a comunidade médica mundial inicia uma corrida para encontrar a cura e controlar o pânico que se espalha mais rápido do que o próprio vírus. Ao mesmo tempo, pessoas comuns lutam para sobreviver em uma sociedade que está desmoronando
Direção: Steven Soderbergh
Roteiro: Scott Z. Burns
Elenco: Gwyneth Paltrow (Beth Emhoff), Matt Damon (Mitch Emhoff), Laurence Fishburne (Dr. Ellis Cheever), John Hawkes (Roger), Jude Law (Alan Krumwiede), Marion Cotillard (Dr. Leonora Orantes), Kate Winslet (Dra. Erin Mears), Larry Clarke (Dave), Jennifer Ehle (Dr. Ally Hextall), Demetri Martin (Dr. David Eisenberg) e Elliott Gould (Dr. Ian Sussman).
Olá, Andre!!
Concordo com seus comentários! Gostaria apenas de complementar que achei o final marcante, pois ali deixa claro o evento simples que deu início a tudo.
Achei que poderiam ter explorado melhor várias pontas da história, assim como vc mencionou!!
De qualquer forma, é um filme que retrata bem o nosso instinto de sobrevivência e do que as pessoas são capazes de fazer na hora do aperto!!!
Um abraço
É isso mesmo Pamy, acho que o filme tenta mostrar exatamente isso que algo banal do dia a dia pode gerar uma coisa muito maior do que se imagina, mas como disse e você concordou, foram várias pontas soltas ao mesmo tempo sem a atenção merecida.
Abraços