Se você tem alguma duvida sobre ir assistir Albert Nobbs, deixe esta duvida de lado e vá ver Glenn Close em uma atuação espetacular, forte, assustadora, perfeita e cheia de drama, e se este motivo ainda não o fez ir assistir ao drama da vida de Albert Nobbs, acrescente à atuação magnífica de Glenn Close uma coadjuvante em atuação perfeita, pois Janet McTeer não tira o brilho de Glenn Close, mas a ajuda a brilhar mais nas melhores cenas do filme.
Se você ainda acha que o filme deve ser lento, chato, cansativo e que a história de uma mulher que precisava se vestir de homem para vencer em Dublin do século XIX não te atrai, você perderá um bom filme que além destas duas atrizes em perfeita forma tem a presença da jovem Mia Wasikowska, que se não está no mesmo nível das outras duas, mostra mais uma vez que é uma das atrizes mais promisoras do momento, desde que marcou presença na série In Treatment da HBO.
Bem, dá para resumir o filme realmente nas 3 atrizes, o filme é um drama sobre uma vida complicada e fechada de uma mulher que por motivos da vida precisou se vestir como homem, e que vive totalmente no seu canto levando uma vida singular e sem muitos sonhos, apenas mantém o sonho de ter uma pequena tabacaria um dia, mas sua vida acaba saindo dos eixos quando descobrem o seu segredo e principalmente quando seu sonho da tabacaria começa a ter mudanças, pois Albert Nobbs sonha em ter uma vida comum, se apaixonar, amar, ser amado, mas Albert Nobbs é um homem estranho, como lembra Helen (Mia Wasikowska) .
O filme não traz nenhuma inovação e também é previsível em alguns momentos, como na relação entre Helen (Mia Wasikowska) e Joe (Aaron Johnson), pois fica claro onde aquele romance todo irá terminar, e o que os dois irão fazer sobre a relação de Albert Nobbs (Glenn Close) e Helen (Mia Wasikowska), porém é justamente esta relação previsível que dá ao filme o tom dramático sobre os sonhos de Albert Nobbs.
Mas o que realmente traz ao filme algum diferencial, além da atuação das atrizes, é a relação de amizade que surge entre Albert Nobbs (Glenn Close) e Hubert Page (Janet McTeer), durante as cenas em que atuam juntas temos os melhores momentos do filme, principalmente ao vermos em alguns momentos Glenn Close saindo adquela máscara dura e sofredora que apresenta enquanto seu personagem precisa se fantasiar dele mesmo para viver sua fantasia. Aliás, falando em tirar a máscara a atriz está primorosa na cena da praia, quando Albert se vê finalmente livre das amarras que lhe prendem, ali a atriz dá uma atuação daquelas inesquecíveis, sem nem precisar falar, apenas usa o seu talento de uma forma simples e belíssima.
Tanto Glenn Close, quanto Janet McTeer mereceram suas indicações ao Oscar, sobre Janet eu chego a pensar que a atuação dela foi mais forte e impressionante do que a vencedora Octavia Spencer, não que o prêmio tenha ido para a pessoa errada, mas realmente a atuação de Janet McTeer é bem mais complicada, seu personagem é muito mais complexo do que de Octavia Spencer. Já Glenn Close teve o azar de concorrer com Meryl Streep, pois assim como Janet McTeer seu personagem é muito mais complexo e é bem mais aproveitado do que a Margaret Thatcher de Meryl Streep, mas independente de que se foi justo ou não, quando se tem duas damas do cinema em atuações respeitáveis quem ganha é o cinema.
Até,
André C.
Albert Nobbs (Albert Nobbs – 2011)
Sinopse: Albert Nobbs (Glenn Close) é uma mulher que vive como um homem, para encontrar trabalho na conservadora sociedade irlandesa do século XIX. Depois de viver fazendo-se passar por um homem de trinta anos que trabalha como um garçom de hotel, ela resolve colocar em prática seu sonho de comprar uma loja com seu dinheiro poupado.
Direção: Rodrigo García
Roteiro: Glenn Close, John Banville e Gabriella Prekop baseados em conto de George Moore.
Elenco: Glenn Close (Albert Nobbs), Janet McTeer (Hubert Page), Mia Wasikowska (Helen), Aaron Johnson (Joe), Bronagh Gallagher (Cathleen), Antonia Campbell-Hughes (Emmy), Pauline Collins (Mrs. Baker), Maria Doyle Kennedy (Mary), Dolores Mullally (Milady) e Brendan Gleeson (Dr. Holloran)
Esse filme parece ser interessante e acho que vale a pena assistir, mas com certeza é um filme que precisa ter atenção no momento de assistir. Porém tenho a impressão de que a trama faz as pessoas pensarem sobre a situação da mulher na sociedade. Claro que é apenas uma suposição, já que não assisti o filme ainda.
Rafaela,
se puder veja o filme se ele ainda estiver em cartaz. Aqui em Curitiba deram pouca chance para ele, mas o filme vale não só por comentar a situação da mulher no início do século passado, mas porque aqui as mulheres são as protagonistas, e dão um show de talento na tela.
Obrigado pela visita!
André
Muito bom