Como é fácil um filme que tem um bom elenco e uma história verídica, se tornar um filme fraco e prejudicar excelentes atuações, principalmente da Hilary Swank, pois o filme apela demais para o drama, tentando fazer o público se emocionar e chorar com cenas que se tornam longas e repetitivas. Infelizmente A Condenação perde a chance de ser um grande filme, para virar um drama simples e comum.
O diretor Tony Goldwyn tinha uma excelente história, uma história verídica decomo uma mulher dedicou boa parte da sua vida para tentar provar que seu irmão era inocente, perdendo até o marido, se afastando dos filhos e se dedicando a estudar direito para estar próximo do seu irmão, só isso já nos reserva uma boa história, porém o diretor para mostrar esta união entre os dois irmãos, apela demais para o drama fácil.
Primeiro, no começo do filme, vemos os dois irmãos ainda crianças construindo uma amizade e uma união verdadeira, e o diretor não poupa as cenas dramáticas entre as duas crianças, praticamente abandonadas pela mãe, vivendo uma vida sofrida e que possuem um ao outro. E o diretor se alonga nestas cenas, realmente para emocionar a platéia, usa o drama das crianças para tentar emocionar as pessoas com o sofrimento delas.
Mas o diretor não para por aí, até na fase adulta ele parece focar demais no relacionamento dos dois irmãos, principalmente nas cenas da prisão, usando novamente cenas longas e cheias de emoção, deixando a força de todo a história de fora. Para sorte do diretor os dois atores, Hilary Swank e Sam Rockwell, estão ótimos nas cenas que salvam o filme do dramalhão completo.
Aliás, o dramalhão não é completo, pois temos junto aos dois atores citados acima uma excelente Minnie Driver, e juntos eles fazem a história forte do filme realmente interessante, uma vez que os atores parecem muito mais empolgados com toda a história por trás da luta da personagem de Hilary Swank, do que nas causas de que a levaram a ter essa união tão forte. Assim os três atores fazem deste momento de A Condenação um filme realmente interessante.
Bem, se fosse possível separar os dois filmes que temos aqui, teríamos um excelente filme sobre justiça, união e luta por uma causa, e do outro lado um drama fácil, simples e que perde sua força rapidamente, porém é impossível fazer isso e o resultado final é um filme com excelente potencial, mas que com as escolhas erradas do diretor e do roteiro, se torna apenas um filme comum e apelativo ao choro fácil.
É uma pena, pois temos excelente trabalho de Hilary Swank, Sam Rockwell e Minnie Driver, mas eles mereciam um filme mais forte e fiel ao talento deles.
Até,
André C.
A Condenaçã (Conviction – 2011)
Sinopse: Betty Anne Waters (Hilary Swank), uma dona de casa e mãe solteira, decide voltar a estudar direito para defender seu irmão Kenny (Sam Rockwell). Condenado injustamente por homicídio culposo e sem chances de apelação, ela decide representá-lo e luta incansavelmente para provar sua inocência.
Direção: Tony Goldwyn
Roteiro: Pamela Gray
Elenco: Hilary Swank (Betty Anne Waters), Sam Rockwell (Kenny Waters), Owen Campbell (Ben Miller), Minnie Driver (Abra Rice), Melissa Leo (Nancy Taylor), Bailee Madison (Young Betty Anne), Tobias Campbell (Young Kenny), Juliette Lewis (Roseanna Perry) e Peter Gallagher (Barry Scheck)