Meryl Streep é uma daquelas atrizes que só de ter o nome estampado no cartaz já faz com que todos olhem o filme com mais atenção, mesmo quando é uma comédia romântica extremamente leve e previsível, mas que tem o seu diferencial justamente na presença da atriz e na ótima sintonia com seu par, Tommy Lee Jones.
Um Divã Para Dois é um filme totalmente normal, previsível, mas que tem nos seus dois protagonistas os melhores motivos para se acompanhar o filme sobre um casal que depois de 31 anos já não sabe nem como se tocar e muito menos sabe se ainda se ama, e por estes motivos acabam sentados na sala de um terapeuta de casais numa pequena cidade do Maine.
Até aí nenhuma novidade, mas até quando vemos Meryl Streep e Tommy Lee Jones na tela também temos aquela impressão que não existe nada de novo. Tommy Lee Jones já cansou de fazer um resmungão e ranzinza no cinema e Meryl Streep já fez por outras vezes uma mulher reprimida, uma dona de casa, a esposa prefeita e que no seu interior tem sonhos e fantasias, porém tudo funciona muito bem, já que os dois estão tão bem que nada parece forçado e no fundo nada parece repetido.
Aliás para mim a melhor outra boa inspiração no elenco foi escalar Steve Carell como terapeuta, uma vez que ele e Tommy Lee Jones são tão diferentes, tão distantes um do outro que nos garantem as melhores cenas das terapias, sem dizer que apesar de Meryl Streep estar mais uma vez muito bem, nada sensacional, mas naturalmente bem, é Tommy Lee Jones que rouba a cena e surpreende no filme. Uma ótima atuação do veterano ator, que parece estar leve e se divertindo muito no filme.
E acho que os méritos de um filme simples assim funcionar é porque o diretor David Frankel e a roteirista Vanessa Taylor pegaram um roteiro que não inova e não surpreende, e que até faz algumas coisas comuns nestes filmes sobre casais querendo recuperar a paixão e a sexualidade, e o fizeram uma maneira simples, uma vez que tudo fica bem alinhado e na medida certa sem exageros e sem situações embaraçosas demais, claro que elas estão presentes, já que não deve ser nada fácil falar sobre sexo com sua mulher após 31 anos com um desconhecido, mas o roteiro não perde muito tempo nestas situações e dá ao elenco a chance de criar um filme extremamente charmoso.
Como falei, Um Divã Para Dois é simples, é aquele filme bem água com açúcar, mas com atores afinados e que parecem se divertir a cada cena, desde as mais fáceis no sofá do terapeuta até as mais sexys dentro do quarto. Um Divã Para Dois, deve ser visto por causa dos dois, o filme é deles do início ao fim, e não se surpreenda se a academia indicar ambos ao Oscar.
Até,
André C.
Um Divã Para Dois (Hope Springs – 2012)
Sinopse: Meryl Streep e Tommy Lee Jones são Kay e Arnold Soames, um casal de meia idade que, após 30 anos de casado, resolve fazer um intensivo de uma semana de terapia para melhorar seu relacionamento. Steve Carell é o terapeuta Dr. Feld que possui métodos bem inusitados para fazer o casal se olhar novamente.
Direção: David Frankel
Roteiro: Vanessa Taylor
Elenco: Meryl Streep (Kay), Tommy Lee Jones (Arnold), Steve Carell (Dr. Feld), Jean Smart (Eileen, Kay’s Friend), Becky Ann Baker (Cora, The Waitress), Elisabeth Shue (Karen, The Bartender) e Mimi Rogers (Carol, The Neighbor)
Concordo com você, mas acho que um dos diferenciais pra não ser absolutamente igual às outras comédias românticas água com açúcar etc, é que o roteiro pega bem no ponto do tabu do sexo, ainda mais para um casal com tanto tempo de casamento.
Muitas falas e cenas deixam até o espectador com aquele “desconforto” a respeito do tabu abordado, mas tudo com bastante leveza e de uma forma bem engraçada… acho que isso foi o que mais valeu no filme.