Li estes dias, após ver o filme A Estrada, que o roteiro, a fotografia, a atuação e a música transformavam os 111 minutos de filme em um filme extremamente triste por tratar te temas como a morte e a falta de esperança. Eu não concordo 100% com esta afirmação visto que o final nos dá um alento, uma esperança dentro daquele mundo cinza, frio e vazio.
Realmente A Estrada tem uma das fotografias mais cinzas e frias do cinema, deixando as cores (o contraste entre o cinza e cores vivas) para as lembranças de um mundo vivo, para onde o personagem de Viggo Mortensen fugia em seus sonhos.
Por falar em Viggo Mortensen, temos aqui, em A Estrada, mais uma atuação exuberante do ator, que desta vez está praticamente esquelético e nos passa o seu sofrimento de viver com o filho em um mundo de caos (nunca sabemos o que realmente aconteceu) e sofrimento, mas exatamente neste sofrimento ele ainda consegue demonstrar o seu amor pelo filho, principalmente nas cenas tristes e fortes onde deixa claro, num misto de aflição e paixão, que mataria o próprio filho para que ele não sofresse.O filme, basicamente é de Mortensen, mesmo com uma boa atuação do novato Kodi Smit-McPhee (impressionantemente parecido com Charlize Theron, sua mãe no filme), é Mortensen que tem força e nos faz seguir no filme, mesmo com tanta desilusão, agonia e sofrimento.
Os outros nomes do elenco: Charlize Theron, Guy Pearce, Robert Duvall e Molly Parker, são meramente participações especiais, merecendo um pouco de destaque a bela Charlize Theron que tem uma belíssima cena de sensacional frieza com Mortensen em uma de suas lembranças quando ele começa a perder a sua humanidade.
Aliás, vou cometer spolier a partir daqui, pois é a humanidade que está em jogo durante todo o filme, e não o fim do mundo. Vemos aos poucos que o personagem de Mortensen tem ainda dentro dele uma esperança na humanidade e na vida, porém com a fome, com a agonia e os medos por qual seu personagem passa, esta humanidade acaba se perdendo e alimenta uma desconfiança de tudo e de todos. É graças ao seu filho que ele resgata um pouco do seu lado humano e percebe que todos ali precisam de ajuda, que nem todos querem prejudicá-los. Assim vamos até o fim do filme, que como eu disse, não é de todo triste, pois nos apresenta uma nova esperança na vida daquele menino e na humanidade.
O filme trata muito do lado humano das pessoas e lembra em alguns detalhes outro filme baseado em romance de Cormac McCarthy, Onde Os Fracos Não Tem Vez.
Quero muito ver A Estrada mas ainda não estreou por aqui. Estou começando a achar que vou ter que recorrer ao torrent.
É quase um filme poético, de tão bonito que é, apesar de falar de um tema triste. De tudo, só não posso aprovar o final. Pra mim, foi decepcionante aquele desfecho seco e previsível…
ABS!
Fernando,
realmente é quase poético e me deixou com vontade de ler o livro. O final, foi previsível, mas dentro daquele mundo cinza e frio, deixou uma luz de esperança que a humanidade ainda pode sobreviver com união e bondade.
Abraços
Li só até o spoiler; bom saber que Viggo continua dando seguimento à sua carreira em produções ousadas e atuações eficientes. Vi o trailer e até agora o que li despertou o interesse, assim que sair em Bu-ray vou pegar.