A nova aparição do Super-Homem nos cinemas vem definitivamente marcar a nova era da DC Comics nas telas após o sucesso de Batman, mas principalmente dar ao herói uma nova cara. Com uma roupagem mais moderna o novo filme do herói consegue, finalmente, tirar dos mais velhos aquele saudosismo que Christopher Reeve deixou. O Homem de Aço é realmente uma nova vida para o herói, um grande alento aos fãs de Clark Kent.
O filme pode ser dividido em dois filmes bem diferentes, e dois ótimos filmes por sinal, uma primeira parte que mostra a construção do caráter do herói, vemos um Clark Kent (o surpreendente Henry Cavill) tentando descobrir quem ele é e suas origens, ao mesmo tempo que tenta seguir os desejos do seu pai Jonathan Kent (Kevin Costner).
Além disso essa parte funciona extremamente bem graças ao grande elenco envolvido e ao diretor Zack Snyder, pois ele assume uma postura interessante para formar o caráter de Clark Kent/Kal-El ao misturar o presente com o passado dele como criança e na sua busca constante de saber quem ele realmente é. Aliás, a forma como ele mistura Clark e Kal-El só funcionam pela presença tanto de Kevin Costner quanto Russell Crowe, além de figuras importantes no filme os dois nos presenteiam com atuações sinceras. As lembranças de Clark sobre seu passado ao lado de seu pai humano são tomadas belíssimas, com fotografias espetaculares e com um ar de nostalgia, mostrando a importância de cada lição de seu pai.
Alguns alegam que essa parte é um pouco longa e cansativa, mas eu não concordo, essa parte é de fundamental importância para o filme, uma vez que foi uma maneira belíssima de mostrar como Clark Kent descobriu Kal-El e virou o Super-Homem que todos nós conhecemos. É claro que é neste momento que podemo ver as maiores de influências de Christopher Nolan no longa, mas quem merece o destaque realmente é Zack Snyder pela belíssima visão e forma como tudo funciona perfeitamente, tirando do ótimo roteiro de David S. Goyer uma nova era para o homem de aço.
Porém o filme não é só paz, formação de caráter e afirmação de um dos heróis mais famosos do mundo, a segunda parte do filme vemos algo que ainda não tínhamos visto nos cinemas, Super-Homem indo para a porrada, sem esquecer é claro, aquilo que fez dele um herói, mas não poupando nada e nem ninguém para derrotar seu inimigo. O filme se torna um filme de ação da melhor qualidade, com explosões, cenas rápidas e muita violência. Essa parte jamais funcionaria sem a primeira parte, elas realmente se completam, pois vemos Kal-El realmente tendo que decidir, de uma vez por todas quem ele realmente é, para onde ele realmente quer ir e assim temos belíssimas cenas de lutas.
Sei que está longo o post, mas não tem como falar do filme sem falar de Henry Cavill, que teve o árduo trabalho de ir para a pele de Clark Kent e tentar fugir definitivamente do esteriótipo construído por Christopher Reeve, e o faz com grande maestria e competência, uma vez que consegue criar o seu homem de aço com suas características, onde vale ressaltar a sua fiel e sincera relação com sua mãe, Diane Lane, também em excelente perfomrance. Claro que o roteiro ajudou na renovação do personagem, mas o ator o faz de uma forma natural, sem pressão e, como disse no início do post, tira o saudosismos que os trintões ainda alimentavam com o filme de 1978, pois ele colocou o seu olhar, a sua visão do herói e fez algo novo, não tentou em nenhum momento refazer ou copiar o passado. Henry Cavill definitivamente abre as portas do sucesso com uma atuação exemplar.
Depois de todos esses elogios, preciso dizer que duas coisas não funcionam no filme: Lois Lane, não que Amy Adams não vá bem, mas me pareceu meio exagerado a sua relação já inicial com o Super-Homem, e sem dizer que não dá para entender porque ela é convidada para entrar na nave de Zod (o excelente Michael Shannon), talvez o roteiro precisasse colocar Lois Lane em perigo, como sempre. Além disso o 3D não me agradou, não acho que ver o filme neste tipo de sala traga grandes diferenças para o público.
Até,
André C.
O Homem de Aço (Man of Steel – 2013)
Sinopse: Nascido em Krypton, o pequeno Kal-El viveu pouco tempo em seu planeta natal. Percebendo que o planeta estava prestes a entrar em colapso, seu pai (Russell Crowe) o envia ainda bebê em uma nave espacial, rumo ao planeta Terra, e levando com ele importantes informações de seu povo. Contrariado com tal atitude, o General Zod (Michael Shannon) tenta impedir a iniciativa e acaba preso. Já em seu novo lar, a criança foi criada por Jonathan (Kevin Costner) e Martha Kent (Diane Lane), que passaram a chamá-lo de Clark. O tempo passa, seus poderes vão aparecendo e se tornando, de certa forma, um problema, porque isso evidencia que ele não é um ser humano. Já adulto, Clark (Henry Cavill) se vê obrigado a buscar um certo isolamento porque não consegue resistir aos salvamentos das pessoas e sempre precisa sumir do mapa para não criar problemas para seus pais. Mas o terrível Zod conseguiu se libertar e descobriu seu paradeiro. Agora, a humanidade corre perigo e talvez tenha chegado a hora das pessoas conhecerem aqueles que passarão a chama de o Super-Homem.
Direção: Zack Snyder
Roteiro: David S. Goyer baseados no conto criado em parceria com Christopher Nolan, baseados no personagem criado por Jerry Siegel e Joe Shuster
País: EUA
Duração: 140 minutos
Elenco: Henry Cavill (Clark Kent/Kal-El), Amy Adams (Lois Lane), Michael Shannon (General Zod), Diane Lane (Martha Kent), Russell Crowe (Jor-El), Antje Traue (Faora-Ul), Harry Lennix (General Swanwick), Richard Schiff (Dr. Emil Hamilton), Christopher Meloni (Colonel Nathan Hardy), Kevin Costner (Jonathan Kent), Ayelet Zurer (Lara Lor-Van), Laurence Fishburne (Perry White), Dylan Sprayberry (Clark Kent (13 anos)) e Cooper Timberline (Clark Kent (9 anos))..