O que Tilda Swinton, Glenn Close, Meryl Streep, Michelle Williams, Viola Davis, Bérénice Bejo, Octavia Spencer, Janet McTeer e Jessica Chastain têm em comum além de serem atrizes? Elas têm o cinema em suas mãos, pois deram aos cinemas em 2011 e 2012 a alma, a vida e atuações maravilhosas dos tipos mais variados. Elas foram do comédia ao drama, do real ao surreal, de forma esplendorosa e inesquecível, como só as mulheres conseguem fazer.
Aliás, estas atrizes não merecem os parabéns apenas pelas suas atuações, mas sim por deixarem o medo de lado na hora de escolher os papéis. E é isso que, hoje, difere as mulheres dos homens no cinema, pois elas assumiram de vez o seu papel de sexo forte e fogem do comum; cansaram de levar para as telas papéis comuns e repetitivos; foram em busca de personagens marcantes, deixando de lado a segurança de atuar fácil e conquistaram roteiros feitos para elas, para personagens femininos. E, assim, neste ano, elas reafirmam o seu poder e a sua força nas telas, deixando claro que a tela grande é delas.
E para você ver que não estou exagerando, pare um pouco de ler esta coluna e pegue um papel e coloque as 5 melhores atrizes e os 5 melhores atores que você viu atuar este ano. Também coloque os 5 melhores filmes que viu ou aqueles filmes que acabaram de aparecer na sua cabeça. Agora olhe para sua lista: você vai perceber que foi muito mais fácil escrever a lista dos homens, até porque talvez você nem tenha achado 5 nomes. Agora volte para a lista das mulheres, aposto que mais de 5 apareceram na sua cabeça e que você ainda está em dúvida de qual foi a melhor atuação que você viu. Foi exatamente isso que aconteceu quando tentei fazer a lista do que eu vi de melhor em 2012 aqui no Você Viu? Eu Também!
Tilda Swinton em Precisamos Falar Sobre Kevin
Ao fazer a lista, percebi que elas estão dando ao cinema algo muito mais impressionante do que os atores de Hollywood, principalmente porque vemos grandes divas do cinema recebendo a chance de criar personagens fortes, impressionantes e magníficos. Mas, além disso, vemos as jovens atrizes arriscando-se em papéis que fogem àquele comum da nova namoradinha da América.
Glenn Close e Janet McTeer em Alber Nobbs
Isto fica ainda mais evidente quando vemos filmes como Precisamos Falar Sobre Kevin e Albert Nobbs, que colocam mulheres em situações complicadas, fortes e que exigiram de suas atrizes uma atuação primorosa, dolorida e inesquecível. Enquanto no primeiro, a inglesa Tilda Swinton viveu um dolorido e difícil relacionamento com um problemático filho, no segundo, a veterana Glenn Close vive uma mulher acuada dentro de um corpo masculino, tentando sobreviver na Irlanda do começo do século passado. Em ambos os filmes os diretores abusaram de suas atrizes, a câmera parece maltratá-las sem dó e sem medo de judiar ao máximo, e elas fizeram disso algo soberbo, chocante, assustador de se ver na tela; algo que parece irreal de tão real.
Mas como eu disse, as jovens também seguem este caminho. Uma atriz em especial, pois a cada ano que passa a bela, e quase sempre estranha, Michelle Williams, mostra coragem e talento, principalmente por sua atuação completamente distinta em dois filmes: no anti-romântico Namorados para Sempre (o filme é de 2010, mas só foi lançado em 2011 e em poucas salas de cinema) e como Marilyn Monroe, em Sete Dias com Marilyn. A atriz deixou definitivamente de ser uma aposta e, principalmente, faz, a cada papel, que esqueçam que um dia ela já viveu sob a sombra de Katie Holmes em Dawsons Creek ou foi esposa de Heath Ledger. Michelle Williams deve ser usada como exemplo para as atrizes mais novas, pois ela não escolhe papéis fáceis, mas sim aqueles que exigem dela algo a mais, pois não é nenhum pouco fácil viver Marilyn Monroe com tanta sensualidade e precisão como a atriz viveu.
Meryl Streep em A Dama de Ferro
E, se eu quiser, posso passar linhas e mais linhas escrevendo sobre o poder das atrizes nos dias de hoje, pois a vencedora do Oscar, Meryl Streep, sozinha salvou A Dama de Ferro do fracasso (e esteve sensacional em Um Divã para Dois); Viola Davis, Octavia Spencer e Jessica Chastain que, juntas, com todo o elenco feminino, fizeram de Histórias Cruzadas um dos sucessos inesperados do ano; Bérénice Bejo levou charme e beleza ao melhor filme do ano, O Artista; e Janet McTeer deu a Glenn Close a parceira ideal para o drama de Albert Nobbs e as duas juntas na tela foram um dos melhores momentos do cinema em 2012. Ainda vale citar Marion Cotillard, no ótimo Até a Eternidade (filme de 2010 que só chegou por aqui em 2012), a dor de Keira Knightley em Um Método Perigoso.
E se você ainda não acredita em mim, leia os 5 filmes que você anotou como os melhores que viu este ano e aposto que mais da metade possuíram uma mulher como o personagem marcante. 2012 é mais um ano em que o Cinema é delas!
Octavia Spencer e Viola Davis em Histórias Cruzadas
Até,
André C.
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