Não é porque gosto de cinema e sempre busco ver filmes clássicos que vou aqui falar que conheço e adoro a obra do grande cineasta sueco Ingmar Bergman. Quando era bem mais novo vi Fanny e Alexander e achei chatíssimo, talvez precise rever este que é considerado uma das maiores obras-primas do cinema.
Digo que preciso rever porque tenho uns 18 anos a mais e porque achei Morangos Silvestres espetacular, uma obra pura e ao mesmo tempo intensa sobre um homem que percebe que a vida passou e que muitos bons momentos ficaram para trás, e que sua vida que parecia tão exata e precisa, ficou vazia.
A forma como Ingmar Bergman viaja pelas lembranças do médico Isak (Victor Sjöström), durante a sua viagem, não quer simplesmente provocar emoção, mas mostrar pequenos momentos que ficam marcados.
Nossos erros, nosso dilemas e atitudes que podemos tomar e que podem no marcar por uma vida toda, está tudo ali, de maneira simples, sem apelar para sentimentalismo barato. O diretor consegue fazer um road movie pelas lembranças de um senhor, que percebe que ainda pode recuperar o tempo perdido, com uma simplicidade maravilhosa e que nos leva a uma viagem dentro da nossa vida.
Único defeito do filme é que ele é curto e de tão sensacional que é, passa rápido demais.
Uma obra-prima do cinema!
Até,
André C.
Morangos Silvestres (Smultronstället – 1957)
Direção: Ingmar Bergman
Roteiro: Ingmar Bergman
Elenco: Victor Sjöström (Dr. Isak Borg), Bibi Andersson (Sara), Ingrid Thulin (Marianne Borg), Gunnar Björnstrand (Dr. Evald Borg), Jullan Kindahl (Agda), Folke Sundquist (Anders) e Björn Bjelfvenstam (Viktor)